Vigilante da natureza é candidato do Chega à Câmara do Funchal
O vigilante da natureza do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza da Madeira, Miguel Castro, sem qualquer experiência autárquica, é candidato do Chega à Câmara do Funchal por acreditar que o município "precisa de uma alternativa política".
"Aceitei este desafio porque nasci, vivo, trabalho e percorro todos os dias o Funchal e o concelho precisa de uma alternativa política ao nível autárquico, tendo sido governado ao longo dos anos pelo PSD e PS", disse o cabeça de lista do Chega à agência Lusa.
Nascido a 02 de janeiro de 1973, Miguel Castro, que é também empresário da restauração e eventos, foi militante do PSD/Madeira, partido do qual se desfiliou para integrar o Chega, uma decisão que justifica com o facto de se "rever na política e ideologia" desta nova força partidária.
"As pessoas que trabalham são as mais prejudicadas pelos quadrantes políticos que nos governam, são carregadas com carga fiscal e são uma classe mais abandonada", argumentou.
Por isso, reforça que o Chega "quer fazer parte do governo político, quer entrar no sistema para poder fazer alguma coisa".
"Não queremos entrar para deixar a situação tal como está, mas para mudar e para mudar é preciso entrar no sistema", apontou o cabeça de lista para destacar a importância das candidaturas do Chega.
Sobre os problemas que identifica no concelho do Funchal, defendeu ser preciso "dar mais atenção aos idosos, porque muitos vivem sozinhos e não têm assistência por parte das entidades".
Também realçou a situação dos "sem-abrigo e toxicodependentes", opinando que "são uma constante e todos os dias parece que surgem mais casos" na cidade.
Na sua opinião, "é uma vergonha o que acontece ao final da tarde" em determinadas zonas do Funchal, nas quais estas pessoas "se concentram e se agridem, o que dá uma péssima imagem à cidade".
Para Miguel Castro, este é "um problema de saúde pública e de segurança, que nada abona à imagem do destino turístico que se quer vender" e acaba por ser "manchada por pessoas alcoolizadas, drogadas ou doentes" que os visitantes encontram ao percorrer a cidade.
No seu entender, existem situações em que era necessário atuar "para que fossem compulsivamente tratados", complementando que a "toxicodependência não se trata só facultando metadona".
Outras situações que considera precisarem de atenção é o ordenamento do trânsito no Funchal que, no seu entender, "é caótico", e o desemprego "galopante", agravado pela pandemia de covid-19, com casos de pessoas que vivem dramas por já não receberem apoios sociais.
Outra das suas preocupações é o centro da cidade "estar abandonado, havendo muitos prédios devolutos na baixa que são ocupados por pessoas que vagueiam pelas ruas".
Também indica o problema nas zonas altas, que ainda "não têm uma rede de esgotos otimizada, correndo muitos detritos para as ribeiras e a céu aberto".
Para Miguel Castro, "um bom resultado" nas eleições autárquicas marcadas para 26 de setembro "seria o Chega ganhar a Câmara do Funchal, o que tecnicamente não é impossível", opinou.
Mas, aponta que a meta pretendida pelo partido "é entrar na governação do Funchal para fazer valer as ideias do Chega, apoiar a população e melhorar as condições de vida das pessoas que vai representar".
O Funchal é o principal concelho da Madeira, sendo composto por 10 freguesias, onde residem 111.892 pessoas (Censos 2011), dos cerca de 260 mil habitantes do arquipélago.
O executivo municipal, composto por 11 elementos, é liderado pela coligação Mudança [PS, BE, PDR, Nós, Cidadãos!], presidida por Miguel Silva Gouveia, que tem seis vereadores, enquanto o PSD tem quatro elementos e o CDS um, todos sem pelouro.
Neste momento estão também oficialmente anunciadas as candidaturas à Câmara do Funchal do atual presidente, Miguel Silva Gouveia (coligação Confiança: PS, BE, PAN, MPT, PDR e Nós, Cidadãos!), Pedro Calado (PSD/CDS), Duarte Gouveia (IL), Raquel Coelho (PTP), Bruno Berenguer (JPP), Edgar Silva (CDU) e Américo Silva Dias da coligação 'Funchal Um Novo Rumo' (PPM/Aliança).