Madeira

Cerca de 600 doentes com hepatite C em tratamento na Região

Os números reais podem ser mais de 1.500, disse Pedro Ramos

O secretário regional da Saúde acompanhou o rastreio das hepatites que decorre na Associação Protectora dos Pobres. Foto DR
O secretário regional da Saúde acompanhou o rastreio das hepatites que decorre na Associação Protectora dos Pobres. Foto DR

São cerca de 600 os doentes com hepatite C que, neste momento, são acompanhados pelo Serviços de Saúde da Região. Mas os números reais poderão chegar ao dobro, conforme revelou Pedro Ramos, baseando-se nos especialistas, podendo atingir os 1.500 doentes na Região.

O secretário regional da Saúde falava no âmbito do rastreio de hepatites que está a decorrer na Associação Protectora dos Pobres, e que marca o Dia Mundial das Hepatites que se assinala esta quarta-feira.

Esta acção insere-se no Programa FOCUS, um programa de rastreio na área das hepatites, que decorre desde 2019 e que neste momento inclui apenas a hepatite C, mas que vai ser alargado à hepatite B e ao HIV, conforme deu conta o governante. Têm sido realizados rastreios junto de nichos populacionais de risco e onde é possível proceder a essa detecção prévia. São disso exemplo os vários serviços do SESARAM, os cuidados de saúde primários, Estabelecimento Prisional do Funchal, a unidades de toxicodependência, entre outros.

A adesão ao rastreio tem sido satisfatória, excedendo as expectativas dos profissionais, com mais de 50 pessoas a responderem a esta acção no dia de hoje.

Cada doente custa cinco mil euros à Região

Neste momento, o tratamento à hepatite C custa, em média, ao erário público cerca de cinco mil euros. Mas as contas já foram bem maiores, na ordem dos 40 mil euros por doente. Ainda assim, Pedro Ramos realça a importância desta doença ser detectada atempadamente, não só pelos benefícios para a saúde do doente, mas também para ‘aliviar’ os gastos com os tratamentos que podem ser necessários numa fase mais adiantada da doença.

Este investimento que está a ser feito no âmbito da saúde pública e no plano de irradicação da hepatite C na Região Autónoma da Madeira, é um investimento que vai permitir ao Serviço Regional de Saúde poupar muito mais dinheiro dentro de 5, 10, 15, 20 anos com o tratamento destes cidadãos que se não tivessem sido descobertos nesta situação iriam evoluir para situações de cirrose, que são muito onerosas para o erário público, para situações de cancro do fígado que são muito onerosas para o erário público, o seu acompanhamento, e também para a eventualidade de estes doentes, por não terem sido tratados atempadamente, terem necessidade de transplante no futuro. Pedro Ramos, secretário regional de Saúde e Protecção Civil