Cidades do norte de Itália entre inundações e tempestades de granizo
Várias cidades italianas na zona do Lago Como, no norte do país, sofreram terça-feira inundações e deslizes de terras, que uma organização agrícola assegurou serem exemplos de fenómenos meteorológicos extremos que se intensificaram nos últimos anos.
Os bombeiros foram chamados a mais de 60 situações em torno do Lago, rodeado por montanhas, para responderem a pessoas isoladas, residentes bloqueados por deslizes de terras ou condomínios ameaçados de inundação.
"Estamos a assistir em Itália às consequências das alterações climáticas, com uma tendência para a tropicalização e a multiplicação de eventos extremos", adiantou aquela organização, designada Coldiretti, que citou tempestades mais frequentes, repentinas e violentas, chuvadas mais intensas e curtas e passagens súbitas de céu solarengo para mau tempo.
Esta situação vivida hoje em torno do Lago Como ocorre um dia depois de pedras de granizo do tamanho de bolas de ténis terem estragado mais de 100 viaturas e interrompido o tráfego em uma autoestrada, próxima de Bolonna, no note de Itália.
Apesar de as tempestades de granizo serem comuns na planície do Po, o meteorologista Luca Lombroso disse à imprensa local que a força e a frequência destas tempestades este ano tornaram o fenómeno "raro".
A Coldiretti adiantou que a sua análise mostra que as tempestades de granizo estão a ocorrer a uma frequência de 11 por dia, com 386 já registadas este ano. Estes números comparam com algumas dúzias por ano até há seis anos, uma razão que cresceu para 92 em 2018 e 198 em 2019.
"A dimensão das tempestades de granizo também mudou, crescendo consideravelmente nos últimos anos com quedas de autênticos blocos de gelo do céu -- até maiores do que bolas de ténis", segundo a Coldiretti.
As tempestades de granizo podem destruir campos ou pomares inteiros de vegetais e fruta. A Coldiretti atribuiu a queda em 40% na colheita de pêssegos e damascos e 50% de nectarinas a "este clima louco".