Câmara do Funchal, o Legado
Recordam-se em 2014, a recém-eleita equipa camarária chefiada por Paulo Cafôfo, eleita há 4 meses, já estava dividida, paralisada, incapaz de aprovar medidas, apesar de ser maioritária?
As lutas internas eram insolúveis, com os seus integrantes, em especial o PND e Gil Canha e o PTP de José Manuel Coelho a digladiarem-se entre propostas de extrema direita às da extrema esquerda! A “fórmula” genial que permitiu a Paulo Cafôfo ganhar a Câmara, era incapaz de a governar…
A solução?
Simples. Esquecer os radicais, as revoluções e negociar um acordo de compromisso com o CDS de José Manuel Rodrigues e a representante à Assembleia Municipal, Filomena Gonçalves, eleitos com a maior votação de sempre desde partido, 15% no Funchal.
O resultado?
A gestão do Funchal deixou aquela “experimentação radical” e iniciou um período mais sereno, mais ao centro, muito baseada no programa do CDS, permitindo a Paulo Cafôfo voltar e ter apoio da maioria dos vereadores.
Baixa Fiscalidade:
Numa altura que a Troika e o PAEF batiam fundo, no Funchal desciam-se impostos como a redução do IMI para 30%, criou-se o IMI familiar, a Câmara devolveu o IRS aos cidadãos, houve isenção de taxas para jovens desempregado e redução em 50% para comércio e restauração como também o preço dos parquímetros.
Ambiente e segurança:
Foi criado um Programa de remoção do amianto, o reforço dos Sapadores bombeiros, um Plano de segurança rodoviária, o Gabinete apoio à reconstrução após incêndios e apoio fiscal às habitações com eficiência energética A/A+ bem como a proibição da eutanásia dos animais no Funchal, até então em vigor.
Politicamente:
A Câmara fez um esforço para se afastar das práticas de endividamento compulsivo, tidas até então, reduzindo a sua dívida e voltando a ter saúde financeira como manda o cerne do pensamento centrista. Passou a ter voz própria e a não ser uma espécie de “delegação” do Governo Regional, como o CDS há muito defendia.
A Coligação estabilizou, sem que tal fosse por mérito próprio, mas já sem ter os radicais, absorveu estas propostas de José Manuel Rodrigues e do CDS como suas também e, até hoje, as mantém na essência.
Infelizmente o CDS afastou-se gradualmente deste legado, esquecendo que ele também é Seu por mérito.
Conclusão:
Um parceiro apesar de pequeno, mas quando tem ideias estruturadas e tem muita coragem, e escolhe elementos que privilegiam a causa pública, pode influenciar, e em muito, a governação de uma instituição.
Como Camões nos alerta, “O fraco Rei faz fraca a forte Gente”, o CDS com aquele compromisso trouxe muitos benefícios os funchalenses. Demonstrou à sociedade que a medida da grandeza não está no mediatismo mas na capacidade para liderar com humildade e coragem.