O importante e o ruído de fundo
Qualquer medida política tem de ter, por base, uma melhoria da qualidade de vida daqueles a quem ela se dirige. Só esta premissa é suficiente para fundamentar uma decisão e uma opção de investimento. Embora tudo isto possa parecer à margem de qualquer crítica ou reparo, a verdade é que, por vezes, o que parece razoável deixa de o ser, principalmente quando se entra em determinadas lógicas e se persegue determinados interesses que estão longe do bem comum. É neste último quadro que se pode explicar que uma medida social como o apoio às pequenas cirurgias, um dos programas da Câmara Municipal de Santa Cruz, possa ser alvo de ataque concertado, transformando algo inatacável em motivo de ataque, nem que para isso seja necessário recorrer à mentira e à distorção. Mas, na verdade, não há que perder muito tempo com estas questões, até porque elas se tornam absolutamente laterais e insignificantes perante os efeitos positivos de programas sociais como o apoio às pequenas cirurgias e o apoio às consultas médicas e exames complementares de diagnóstico. Afinal o que pode a retórica da falsidade perante os efeitos de medidas que devolvem qualidade de vida a quem vivia (ou sobrevivia) sem ver bem, ou com problemas de locomoção, ou com dor crónica. Ou a quem desesperava por uma consulta que tardava ou estava impossibilitado de fazer um exame médico devido a carências financeiras. Realmente, o barulhinho de fundo, esse pequeno burburinho da insignificância, de nada vale quando valores mais altos estão em causa. E não há valor mais alto do que garantir direitos fundamentais a quem deles precisa. Cada um age segundo a sua consciência, mas, para mim, só este quadro de valores pode orientar a política ou qualquer outra função pública. Fora deste quadro de valores tudo perde sentido e dignidade.