"Quem não tem argumentos políticos ataca com questões pessoais"
Sofia Canha responde assim às críticas de Carlos Teles sobre os candidatos que não residem no município
A candidata do PS-Madeira à presidência da Câmara Municipal da Calheta reagiu hoje, às afirmações proferidas pelo rival social-democrata, Carlos Teles, sobre os candidatos "pára-quedistas".
Conforme noticiou o DIÁRIO na edição impressa deste domingo, 25 de Julho, ontem, durante a apresentação da sua recandidatura Carlos Teles vincou o facto de viver "permanentemente" no Estreito da Calheta, ao contrário de "alguns candidatos" que caiem "de pára-quedas" e só aparecem "aos fins-de-semana".
O 'recado' foi entendido como sendo dirigido à socialista Sofia Canha, justamente por não residir no município.
A cabeça de lista do PS-Madeira veio hoje ripostar, através das redes sociais, dizendo que "quem não tem argumentos políticos ataca com questões pessoais.
"Pelos vistos morar e fazer carreira 'profissional' política no mesmo lugar reduz a visão das coisas; limita o pensamento. E eu a pensar que as vias rápidas serviam para aproximar os lugares e as pessoas e não limitar as escolhas. Se calhar quando for uma via rápida de duas faixas isso fique resolvido. Não consigo compreender porque é que o argumento utilizado só serve para alguns, "os paraquedistas" da oposição", argumentou Sofia Canha, aconselhando o social-democrata a "manter o nível do debate político e a não fazer julgamentos da vida dos outros".
"Não tive a vida facilitada como algumas pessoas, que preferiram mudar de ideologia para ter uma carreira confortável na política. Mantenho-me no PS por convicção, mesmo que tenha de fazer sacrifícios pessoais, familiares e profissionais e que isso tenha tido consequências", atirou, acrescentando que "quem é presidente de câmara não faz mais do que o seu dever de estar todos os dias no seu concelho".
Na qualidade de munícipe, a candidata exige ainda "respeito" da parte de Carlos Teles.
O que peço é que faça o seu trabalho e respeite as opções de vida dos seus munícipes. Eu sou uma delas, quer queira, quer não. Sou jardineira de gema e quem acha que tenho menos legitimidade de representar o meu concelho revela uma mentalidade que não se coaduna com este tempos actuais, da era digital, das vias de comunicação, da modernidade. Com mentalidade assim, até se pode ter mais desenvolvimento material, mas limita-se o desenvolvimento civilizacional e humano. É porque ainda existem pensamentos destes que eu me candidato.