Alemanha admite restrições para não vacinados para travar aumento de contágios
O ministro alemão Helge Braun admitiu hoje, numa entrevista a um jornal local, restrições para os não vacinados e liberdades apenas para pessoas com esquema de vacinação completo caso se mantenha a subida das infeções por covid-19.
"Os vacinados terão mais liberdades do que os não vacinados", disse Braun, em declarações ao Bild am Sonntag.
O ministro alemão acrescentou que caso as infeções continuem a subir, os não vacinados terão que voltar a reduzir os seus contactos, ainda que prossiga a estratégia de testagem massiva à população.
"Tal poderá significar que idas a restaurantes, cinema ou estádios não sejam possíveis para não vacinados, ainda que tenham o teste negativo, porque o risco é demasiado grande", afirmou.
A incidência semanal na Alemanha está atualmente nos 13,8 contágios por 100.000 habitantes, segundo os últimos datos do Instituto Robert Koch (RKI) de virologia.
Embora o nível esteja-a ainda relativamente baixo, a tendência em alta preocupa as autoridades alemãs, depois de a 06 de julho a incidência semanal ter registado o seu nível mais baixo com 4,9 contágios por 100.000 habitantes.
O ministro defendeu ainda a manutenção da obrigação do uso de máscaras no transporte público, em espaços fechados e durante as aulas.
Braun teme que o aumento da incidência possa levar a que se produzam 100.000 contágios diários em setembro, com a abertura do ano escolar, e uma incidência semanal de 850 contágios por 100.000 habitantes.
Nas últimas 24 horas, a Alemanha contabilizou 1.387 novos contágios de covid-19 face aos 1.292 da semana anterior, numa altura em que cerca de 48,5% já recebeu o esquema de vacinação completo da vacina contra o coronavirus e 60,6% a primeira dose.
Desde o início da pandemia registaram-se, na Alemanha, 3.760.992 casos confirmados de coronavirus e 92.001 mortes relacionadas com a doença.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4,1 milhões de mortos em todo o mundo, entre mais de 192,5 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.