Artigos

Umas palavras no fim

No domingo passado, teve lugar no Centro de Congressos o concerto multidisciplinar que assinalou o fim do ano letivo do Conservatório - Escola Profissional das Artes da Madeira. A base do teor musical deste concerto foi a Orquestra de Sopros do Conservatório, cuja preparação e desempenho são fruto do trabalho incansável do Prof. Jorge Garcia. O programa eclético, que se estendeu desde as harmonias clássicas até às mais atrevidas do jazz e às inimitáveis dos Queen, e contou com a participação do Coro Juvenil do Conservatório e vários solistas vocais, tal como com a colaboração dos formandos do Curso Profissional de Intérprete de Dança Contemporânea e do Curso Profissional do Espetáculo – Interpretação, foi demonstrativo da variedade da oferta educativa da escola e do empenho meritório dos seus docentes e discentes.

Terminando este ano letivo na esperança duma situação epidemiológica mais estável, que permita regressar de grosso modo ao ensino presencial (se bem que o futuro de educação parece já estar encaminhado para um modelo híbrido), a escola afirmou assim a sua vitalidade e vingou a sua aposta inequívoca na criatividade pedagógica necessária para a superação de dificuldades objetivas entretanto provocadas pela pandemia.

O sucesso desta ocasião fez-me sentir particularmente feliz por ter coincidido com os últimos dias da minha função de Presidente do Conselho da Comunidade Educativa do Conservatório. O mandato que agora termina coincidiu quase completamente com a pandemia que neste ano e meio se alastrou pelo mundo. Mas foi graças ao empenho, entusiasmo e vontade de todos os membros do Conselho que conseguimos ultrapassar os meses de confinamento, complicações pontuais na comunicação de ordem informática (plataformas, plataformas…) e agendas cheiíssimas para nos unirmos à volta do nosso objetivo comum: apreciar o funcionamento da instituição e pensar sobre o seu bem-estar e o seu futuro.

Foi uma honra ter sido convidado para ser o primeiro presidente da primeira constituição deste Conselho, cuja composição envolve tanto atores internos (coordenadores das estruturas de gestão intermédia, representantes dos aluno e do pessoal não docente) como externos (representante dos encarregados de educação, representante da autarquia local, representantes das organizações locais representativas do tecido económico e social e representante da área das artes e espetáculos).

Para uma escola de perfil tão rico e vias formativas tão diversificadas, um órgão consultivo que consiga acompanhar todas as suas variadíssimas maneiras de interação com a sociedade a que serve é de uma importância particular. E mais do que simplesmente seguir a legislação em vigor, a existência e a qualidade de funcionamento deste particular Conselho testemunham o desejo da escola e de todos os conselheiros de contribuir ativamente para a integração orgânica do ensino de artes, das artes em si e da sensibilização para as artes no tecido populacional.

A oportunidade de conversar, colaborar e trocar opiniões com destacados representantes dos seus setores, habituados a uma perspetiva e visão mais global e universal, deu-me uma satisfação pessoal única. O seu consentimento de integrar este Conselho e o interesse pela qualidade do funcionamento da escola traduzem-se numa mais-valia para o futuro do Conservatório e comprovam a importância que esta escola tem para a sociedade regional.

O meu bem-haja para toda a colaboração e contribuição de membros efetivos e convidados, e os melhores desejos para todos os que irão integrar a próxima constituição deste ilustre Conselho.