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Brasil admite dificuldades em satisfazer procura de energia em Novembro

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O Brasil terá dificuldade para satisfazer a procura de energia do país em novembro, informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) numa nota técnica divulgada nesta sexta-feira.

O documento chamado "Avaliação das condições de atendimento eletroenergético do Sistema Interligado Nacional -- estudo prospectivo julho a novembro de 2021" foi realizado a pedido do Ministério de Minas e Energia do país e "traz premissas mais realistas e alinhadas com o momento económico atual e às condições conjunturais do SNI [Sistema Interligado Nacional, que congrega o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil]".

Segundo o operador do sistema elétrico brasileiro, o cenário encontrado mostra um "esgotamento de praticamente todos os recursos no mês de novembro" devido a "uma degradação dos níveis de armazenamento ao final do período seco quando comparado com os resultados do estudo prospectivo anterior, em especial dos subsistemas sul e nordeste".

O ONS frisou, porém, que são esperados dois cenários e, em ambos os casos, não há risco de falta de fornecimento elétrico no Brasil mesmo diante do que classificou como "as piores?sequências hidrológicas de todo o histórico de vazões dos últimos 91 anos".

Na primeira simulação, o órgão prevê o uso mais moderado das centrais termoelétricas. "Nesta hipótese, há também flexibilização dos limites de transmissão, novos pedidos de flexibilização para as bacias de algumas usinas hidroelétricas e a maximização do despacho térmico fora da ordem de mérito", diz o ONS.

No segundo cenário haveria uma maior participação das termoelétricas, a importação de energia dos países vizinhos e o despacho térmico fora da ordem de mérito.

"Além disso, não haveria alterações nas flexibilizações já em vigor e, também não estão contempladas mudanças nos limites de transmissão definidos conforme procedimentos de rede", refere a nota da ONS.

"As prospeções apresentadas consideram o período de julho a novembro de 2021 e, caso sejam observadas mudanças nas premissas e a necessidade de atualização, podem ser novamente revisitadas no curto prazo", acrescentou o órgão do Governo brasileiro.

Embora o estudo indique que, até o fim de 2021, a situação permanecerá sensível, o ONS salientou que acompanha os desdobramentos das ações tomadas pelo Governo dentro das suas atribuições "para aumentar a oferta das fontes de energia e garantir que não haja a suspensão do suprimento elétrico".

"Vale ainda destacar que o setor elétrico brasileiro é robusto e seguro, mas que diante da pior escassez hídrica enfrentada atualmente, foi necessário adotar medidas excecionais para economizar água em todos os reservatórios, e com isso gerenciar de forma estratégica esse recurso", concluiu o órgão.