Síndrome de Guillain-Barré apontada como efeito muito raro na vacina da Janssen
A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) anunciou hoje a inclusão da Síndrome de Guillain-Barré (SGB), uma doença neurológica rara, como um "efeito indesejável muito raro" associado à toma da vacina da Janssen contra a covid-19.
Numa nota publicada no 'site' oficial, o organismo indicou a análise do Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC na sigla em inglês) da Agência Europeia do Medicamento (EMA) sobre os últimos dados de reações adversas a medicamentos e defendeu que a notificação de SGB após a inoculação com esta vacina foi "muito rara", mas apelou para a atenção dos profissionais de saúde.
"O PRAC analisou 108 casos de SGB notificados em todo o mundo, até 30 de junho, quando mais de 21 milhões de pessoas tinham já recebido esta vacina. Entre estes casos, houve um com desfecho fatal. Após avaliar os dados disponíveis, o PRAC considerou que é possível a existência de uma relação causal entre a vacina covid-19 Janssen e a SGB", refere o comunicado do Infarmed.
Entre os potenciais sintomas associados a esta doença - causada por danos nas células nervosas periféricas pelo sistema imunitário -- estão dor, dormência, fraqueza muscular ou progressão para paralisia nas suas manifestações mais graves.
Nesse sentido, o regulador do medicamento alertou que as pessoas que tenham recebido a vacina da Janssen e que desenvolvam "sinais e sintomas sugestivos de SGB, como fraqueza nas extremidades, visão dupla ou dificuldade em mover os olhos" devem recorrer imediatamente a um médico.
"A maioria das pessoas recupera totalmente", sustentou ainda o Infarmed, que, conjuntamente com a EMA, reiterou que os benefícios associados à vacina de toma única da Janssen contra a covid-19 "continuam a superar os seus riscos".