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Macron muda de telefone e de número após suspeita de espionagem pelo Pegasus

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Foto EPA/LUDOVIC MARIN / POOL MAXPPP OUT

O Presidente da República francês, Emmanuel Macron, mudou de telefone e de número de telefone após o seu antigo número ter sido encontrado numa lista alegadamente cedida pelos serviços secretos de Marrocos à empresa israelita NSO Group.

A informação foi divulgada hoje pelos meios de comunicação franceses e a decisão terá sido tomada após uma reunião do Conselho de Defesa convocado pelo chefe de Estado francês para hoje de amanhã no Palácio do Eliseu.

O Conselho apreciou as denúncias do consórcio de jornalistas Forbideen Stories que revelou a espionagem feita através do 'software' Pegasus, levada a cabo pela empresa israelita NSO Group.

O número de Macron, que este detinha, pelo menos, desde 2017, figurava na lista de cerca de 50.000 revelada pela equipa de jornalistas de investigações. 

O número do Presidente francês, mas também de Edouard Philippe, antigo primeiro-ministro e de pelo menos 14 ministros constava numa lista dos números que Marrocos terá pedido à empresa israelita para espiar.

O Presidente também terá decidido hoje, segundo diferentes meios de comunicação franceses, reforçar as medidas de cibersegurança nas suas comunicações.

Marrocos, que nega as acusações de espionagem, apresentou hoje em França uma queixa por difamação contra o consórcio de jornalistas Forbidden Stories e a Amnistia Internacional, que colaborou na investigação internacional.

Hoje, a Amnistia Internacional, citando o The Washington Post, reportou que os telefones de 14 chefes de Estado e Governo e centenas de funcionários de governos poderão ter sido espiados pelo 'software' Pegasus.

Segundo um comunicado da AI, o The Washington Post, que também faz parte do consórcio jornalístico que investiga o caso, revelou que os números de telefone de 14 chefes de Estado e de Governo foram incluídos numa lista como pessoas de interesse pelos clientes da empresa NSO Group.

Para além do Presidente francês, esta lista inclui o rei de Marrocos, Mohammed VI, o Presidente iraquiano, Barham Salih, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly.

Também estão incluídos o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, o primeiro-ministro marroquino, Saad-Eddine El Ohtmani, o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, o primeiro-ministro do Uganda, Ruhakana Rugunda, e o primeiro-ministro belga, Charles Michel.

A lista continha números de telefone de mais de 600 funcionários de Governos e políticos de 34 países.