Alemanha e EUA acordam possíveis sanções contra a Rússia sobre gasoduto
Washington e Berlim chegaram a um acordo para encerrar a disputa sobre o polémico gasoduto Nord Stream 2, ligando a Rússia e a Alemanha, que prevê possíveis sanções contra a Rússia, se Moscovo "usar a energia como arma".
O acordo também prevê que os dois países aliados preparem a prorrogação por dez anos das medidas que garantem o trânsito do gás russo através da Ucrânia, segundo Victoria Nuland, número três da diplomacia norte-americana.
"Se a Rússia tentar usar a energia como arma ou cometer outros atos agressivos contra a Ucrânia, a Alemanha compromete-se, neste acordo celebrado connosco, a tomar medidas e a pressionar, por medidas eficazes a nível europeu, incluindo aplicando sanções para limitar as capacidades de exportação da Rússia para a Europa no setor de energia", disse Nuland.
"O outro lado deste acordo é o apoio à extensão do acordo de trânsito entre a Rússia e a Ucrânia, que termina em 2024. Vamos defender o prolongamento (...) por mais dez anos", acrescentou a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos norte-americana.
Há anos que os Estados Unidos se opõem fortemente a este gasoduto, quase concluído, que atravessa o mar Báltico, mas não atravessa a Ucrânia, ameaçando privar este país de parte das receitas arrecadadas com o fluxo de gás e tornando-se, assim, um meio de pressão por parte de Moscovo.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, acabou por desistir de impor sanções para bloquear o projeto, por acreditar que já era tarde e que seria melhor apostar na cooperação com a Alemanha, que é parte interessada no Nord Stream 2.
Contudo, no Congresso dos EUA, permanece forte oposição bipartidária a este gasoduto, assim como na Ucrânia e na Polónia, que temem que o Nord Stream 2 comprometa a segurança energética europeia.