Europol anunciou a apreensão de mais de 15 mil toneladas de alimentos e bebidas ilegais
A Europol anunciou hoje a apreensão de mais de 15 mil toneladas de alimentos e bebidas ilegais numa operação começada em Dezembro de 2019 que abrangeu 72 países, entre os quais Portugal.
Entre as acções conta-se uma que envolveu a Guardia Civil espanhola e a Guarda Nacional Republicana e que visou o comércio de bivalves impróprios para consumo, em que foram detidas oito pessoas, apreendidos 120 mil euros em dinheiro, 25 automóveis, 12 barcos e investigadas sete empresas.
A operação OPSON 2020 envolveu a Europol e a Interpol, que até Junho deste ano apreenderam 15.451 toneladas de produtos ilícitos, no valor estimado de 53,8 milhões de euros, fizeram 2.049 buscas, executaram 663 mandados de detenção e desmantelaram 42 organizações.
O alvo foi o tráfico de produtos contrafeitos ou impróprios para consumo humano, sobretudo bebidas alcoólicas, de que foram apreendidos 1,7 milhões de litros em operações realizadas em 23 países europeus, incluindo Portugal.
A maior parte das infracções detectadas relaciona-se com vinho e vodka.
Numa das operações, em Espanha, as autoridades detiveram 14 pessoas de uma rede que usava corantes para modificar a qualidade das bebidas, apreenderam 47.660 litros de uísque e 9.550 litros de álcool.
Pela primeira vez em operações desta natureza, as polícias visaram falsificadores de mel que utilizavam açúcar de cana e xarope de milho para adulterar mel genuíno e assim obter mais rendimento, em operações em 16 países europeus, incluindo Portugal, e ainda nos Estados Unidos.
A Europol salienta que com esta atividade, o mercado fica "inundado com mel contrafeito que é muito mais barato do que o produto genuíno, o que leva a que os apicultores sejam forçados a baixar os seus preços", e, por sua vez, "leva a que tenham que reduzir a produção e as populações de abelhas que mantêm".
As autoridades fizeram 495 buscas e apreenderam 51 toneladas de mel falsificado.
Entre as mais de 15.000 toneladas de produtos apreendidos ao cabo de mais de ano e meio estão ainda suplementos alimentares, cereais, frutos e vegetais, carne, marisco, laticínios, comida para animais, chá, café, óleo de cozinha e condimentos.
A directora executiva da Europol, Catherine de Bolle, afirmou que "os riscos para a saúde dos consumidores são proporcionais à falta de qualidade dos materiais usados no processamento de alimentos".
A Europol notou que "produtos de baixa qualidade infiltraram-se na cadeia de distribuição alimentar, uma evolução que está possivelmente relacionada com as repercussões da pandemia da covid-19", acrescentou.