Portugal vs. Grécia
O deputado do PS Carlos Pereira (CP) em artigo de opinião no JE acusa o PSD de querer ser a Grécia por pretender que o PRR recorra aos empréstimos e não apenas ao financiamento a fundo perdido e pergunta “Onde fica o sentido de responsabilidade, e coerência já agora, do PSD que proclama a utilização total dos empréstimos mesmo sabendo que afetarão as contas públicas”? A pergunta de CP sintetiza na perfeição as pretensões da governação do PS (GPS) de António Costa (AC) quanto à utilização dos fundos da UE no PRR. Para CP o problema não é se o dinheiro da UE será bem ou mal utilizado, se permitirá às empresas não só recuperar da crise da pandemia mas torná-las mais competitivas, mais capazes de gerar riqueza e criar mais empregos qualificados para os nossos jovens nomeadamente para os que têm formação superior que ou emigram ou continuam na senda da precariedade e baixas remunerações que a GPS lhes trouxe nos últimos 20 anos. Portanto a estratégia socialista para o PRR é gastar o máximo de dinheiro da UE a fundo perdido que “não afetará as contas públicas” em obras públicas incluindo as prometidas e nunca realizadas ao longo dos últimos 5 anos, preterindo as empresas que criam empregos e riqueza. Dará muito menos maçada e a nível de propaganda a curto prazo será mais eficaz, com a GPS daqui a 3 anos a rejubilar com a “exemplaridade” na aplicação dos fundos. A economia que cria mais e melhores empregos de longa duração para os jovens estará melhor? Não estará e passada a euforia inicial estaremos tão mal como agora ou pior. Ao contrário do que pretende CP o grande problema não é se os empréstimos poderão afetar transitoriamente as contas públicas mas se terão ou não impacto positivo no futuro da economia e do País. AC é que em 2011 quis que Portugal fosse a Grécia ao apoiar Tsipras que levou 8 anos a resgatar a Grécia e ao hostilizar o governo de Passos Coelho que em 4 anos resgatou o País da bancarrota em que fora lançado pela GPS.
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