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Um café para a viagem

Estamos numa fase incerta. Hoje somos obrigados a recolher até à 1 da manhã; amanhã não sabemos se podemos voltar a aproveitar a noite até o outro dia ou se teremos de regressar a casa depois de um dia trabalho.

Diria que estamos na fase de “pedir um café para a viagem.” Podemos ter tempo para saborear um café ao longo de uma caminhada pelas ruas da cidade ou ao longo do caminho para casa. Agora, cabe a nós como iremos aproveitar esse tempo. Se valorizamos o nosso paladar e intensificamos o sabor do café, se nos concertamos nas pessoas que passam por nós, no barulho da cidade, nos cheiros, na calçada portuguesa (que nos caracteriza) ... ou se vamos pensar nos problemas e dilemas que temos para resolver, no gosto amargo do café mal tirado, no trânsito que se faz sentir ou no chão irregular que não nos deixar fugir a atenção.

Temos dois lados em tudo ou quase tudo. O lado bom e o menos bom. Tudo se altera de acordo com a nossa perspectiva, com o humor do dia, com a vontade de mudar e com o amor que deixamos sentir.

O café pode ser o nosso momento do dia, tempo de reflexão, ou a pausa de stress concentrada nas horas que passam e não passam.