Madeira

A imprensa escrita e a digital… E o rigor?

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Ricardo Miguel Oliveira, moderador da mesa-redonda ‘Patriota Funchalense: 200 anos da Imprensa na Madeira’, quis saber o que se perspectiva para a imprensa regional escrita, se há ou não espaço para mais publicações… Nesta discussão sobre o primeiro jornal da Madeira, que marcou uma nova tendência informativa, nem sempre nos moldes a que hoje nos habituamos, olhamos também para as redes sociais, ‘informativas’, que estão a ganhar terreno.

Para o investigador Paulo Rodrigues, uma nova aposta ao nível da publicação impressa “será mais difícil”, mas o mesmo pode não acontecer ao nível da imprensa digital. Neste plano há espaço, mas vai “depender da capacidade criativa”. Uma das preocupações do investigador prende-se com o facto de que a “palavra proferida ou escrita pode tender a ser uma ameaça à segurança”, por parte de alguns poderes.

“Nunca vivemos um tempo com tanta liberdade de expressão e custa-me a crer que possamos regredir”, observa Lourenço Freitas, não esquecendo, no entanto, que é muito difícil evitar a proliferação das notícias nas redes sociais. “Não há rigor”, por vezes, quando o que acontece nos jornais é que a “escrita com rosto” é o que dá credibilidade aos projectos.

Ana Luísa Correia considerou que os jornais são “fontes imprescindíveis para a instrução do povo”, mas observou que a proliferação das redes sociais e das ‘fake-news’ “complicam o trabalho”, porque as pessoas tiram informações que não são verdadeiras e que até podem ser maléficas em termos da intoxicação da opinião pública.

“Mas como é que proibimos isso? Há mecanismos para coartar isso, mas a internet é um mundo… Por isso é fundamental termos nas novas gerações programas de literacia para os media”, disse, sendo que, por outro lado, “os órgãos políticos não podem estar constantemente a denegrir os órgãos de comunicação social…”.

No que concerne a novas publicações, “a possibilidade haverá desde que haja dinheiro para investir”, considerou Iolanda Chaves, apontando que o Jornal da Madeira, em concreto, tem feito novos investimentos em várias áreas que permitem suportar a componente jornalística e gráfica. Já no que concerne aos desafios, também ao nível das redes sociais, a jornalista recordou a palavra ‘castigo’ que fez uma das manchetes do seu jornal e todas as atitudes, todas as ‘achas para a fogueira’, que vieram de vários quadrantes.