Madeira

É para manter “o desejo de instruir, de intervir e de formar”

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O ‘Patriota Funchalense: 200 anos da Imprensa na Madeira’ dá o mote para a mesa-redonda que decorre esta tarde no auditório do Arquivo e Biblioteca da Madeira (ABM). Vários oradores abordam a evolução da imprensa na Região Autónoma da Madeira.

“Existiam textos e discursos que hoje em dia seriam de todo inaceitáveis, por isso muitas vezes acabavam com a acção física contra quem escrevia”, lembra o investigador Paulo Rodrigues, acrescentando também que por isso surgiam muitas publicações jornalísticas. Muitas em resposta de outras. Movimentos “não tanto para informar, mas para tirar as pessoas do seu marasmo”.

Lourenço Freitas, do Museu de Imprensa da Madeira, considera que passamos por uma “evolução quase que natural”. Na altura as pessoas escreviam cartas opinativas para o Patriota e hoje em dia temos as cartas do leitor. Houve mudanças, é certo, mas houve coisas que se mantiveram nos jornais. “O jornalismo moderno do século XX tornou-se mais aceitável”.

“Na base, os princípios mantêm-se os mesmos. A verdade, a protecção dos outros, (…) mas acho que hoje em dia temos mais pudor na escrita. Sabemos desde cedo, por exemplo, que não podemos emitir juízos de valor”, explica a jornalista Ana Luísa Correia, apontando, neste contexto, que tal pode “não ser fácil”, “mas o dar lugar à cidadania e à expressão pública devem ser as premissas da conduta”.

Iolanda Chaves lembra, a propósito desta evolução, que “a objectividade é difícil a 100%”, mas que é para isso que os jornalistas trabalham. De um modo geral “qualquer jornalista procura cumprir com a deontologia”, sem nunca perder os seus princípios autonomistas.