Berardo paga 5 milhões de caução para sair em liberdade
O empresário madeirense e André Luiz Gomes estão indiciados por burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, falsidade informática, falsificação, abuso de confiança e descaminho ou destruição de objectos colocados sob o poder público
O juiz de instrução aceitou, esta sexta-feira, a libertação de Joe Berardo, mediante pagamento de uma caução, tal como tinha sido pedido pelo Ministério Público. O empresário madeirense tem dez dias para pagar cinco milhões de euros, avançou o Jornal de Notícias.
O juiz Carlos Alexandre aplicou hoje uma caução como medida de coação ao empresário Joe Berardo, detido desde terça-feira no âmbito do processo Caixa Geral de Depósitos (CGD), indicou à Lusa fonte da defesa.
O Ministério Público, segundo fontes ligadas ao processo, havia solicitado ao juiz Carlos Alexandre uma caução a aplicar ao empresário no valor de 5 milhões de euros.
O empresário Joe Berardo e André Luiz Gomes estão indiciados por burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, falsidade informática, falsificação, abuso de confiança e descaminho ou destruição de objectos colocados sob o poder público.
O caso, que conta com 11 arguidos (cinco pessoas individuais e seis pessoas coletivas) foi tornado público depois de uma operação policial em que foram feitas cerca de meia centena de buscas, três das quais a estabelecimentos bancários, e que levou à detenção do empresário e colecionador de arte e do seu advogado de negócios André Luiz Gomes, suspeito pelos mesmos crimes.
Segundo comunicados da PJ e do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em causa no processo está um grupo "que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros" e que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à CGD, ao Novo Banco e ao BCP.