Madeirenses querem autonomia com “mais valências”
Celebra-se, esta segunda-feira, 19 de Julho, os 45 anos de
existência da Assembleia Legislativa Regional da Madeira (ALM).
No seguimento desta data, o DIÁRIO quis saber a opinião de alguns madeirenses sobre o estado da Autonomia, o papel dos políticos e a visita de Marcelo Rebelo de Sousa à Região.
A maioria admitiu não conhecer a data. Apenas Paulo Sousa, auditor financeiro, e Luís Sousa, gestor, sabiam da celebração.
Aliadas à data surgem questões relativas à autonomia. Neste aspecto, Paulo Sousa acredita que talvez fosse possível ter mais autonomia em algumas áreas. Luís Miguel Sousa vai mais longe:
“Devíamos ter uma autonomia com mais valências, nomeadamente em termos de finanças e justiça, mas não a 100% porque é impossível sermos totalmente independentes”. Luís Sousa
Já Isabel Encarnação, estudante de Engenharia Biomédica, defende que “devia haver maior supervisão por parte do governo central”.
“Há falta de coordenação a nível do serviço de saúde. Por exemplo, lembro-me, por causa da vacinação, de não haver comunicação entre o SNS do continente e da Madeira” Isabel Encarnação
Apesar de nem todos conhecerem a data, a política é um tema que suscita interesse. Joaquim Azevedo, empresário, passeava junto à ALM quando confessou ao DIÁRIO que a antiga presidência de Alberto João Jardim no Governo Regional “era bem melhor”.
Por sua vez, Isabel gostava de ver uma maior diversidade de partidos políticos “e não sempre maioritariamente PSD”.
O Presidente da República visita esta segunda-feira a Madeira para o aniversário da constituição da Assembleia Legislativa Regional. Quando questionados sobre o que diriam a Marcelo Rebelo de Sousa, os madeirenses demonstraram preocupação face à gestão do país.
“Que acabasse com a corrupção. Nós estamos num país que é uma autêntica vergonha. Eu como português, por vezes, tenho vergonha de ser português devido à corrupção que existe, especialmente alguns políticos que, quando vão para o poder, é com essa ideia de sacar algum. É feio dizer isto, mas é a verdade”. José Marques, funcionário público
Luís Sousa poupa nas críticas, mas ainda assim deixa um recado:
“Não é só vir e estar presente dessa forma,
mas que lá também mexa os papéis dos dossiês que estão atrasados, porque estão
muitas coisas pendentes”.