MP averigua acusações de agressão de polícias a cidadão portador de deficiência
Um cidadão portador de deficiência afirma ter sido agredido por vários agentes da PSP, tendo necessitado receber assistência hospitalar e, por isso, apresentou queixa junto do Ministério Público. Já o Comando Regional da PSP indica ter elaborado um auto de notícia e remetido o caso para o MP por “crime praticado contra a autoridade pública”.
De acordo com o que David Rodrigues relatou ao DIÁRIO, depois de ter regressado à Madeira vindo do Reino Unido, dirigiu-se à Loja do Cidadão para tratar de documentação. Por motivos de saúde, diz não poder utilizar máscara ou viseira, algo que diz ser comprovado por um documento emitido por um médico no Reino Unido. Nessa sexta-feira, dia 9 de Julho, assume que teve dificuldade em entrar nesse serviço porque não queriam aceitar esse atestado, mas acabaram por compreender a situação.
No entanto, quando na terça-feira, dia 13 de Julho, regressou à Loja do Cidadão para levantar a documentação em causa, alega que lhe foi barrada a entrada. Por esse motivo, contactou a PSP que se deslocou ao local. “Fui maltratado e gozado e não aceitaram o meu atestado”, afirma. David Rodrigues, cidadão portador de deficiência, afirma que foi agredido no local pelos agentes da PSP, que lhe provocaram nódoas negras nos braços.
Na sequência dessa situação, dirigiu-se ao Comando Regional da PSP para apresentar queixa contra os agentes em questão. Contudo, afirma ter sido mal recebido. “Nem me deixavam aproximar da porta e recusaram-se a aceitar o atestado que comprova que não posso usar máscara ou viseira por motivos de saúde”, relatou ao DIÁRIO. Posteriormente, após uma troca de palavras entre ele e os agentes, acabou algemado e encaminhado para o interior da esquadra, onde diz ter sido vítima de agressões físicas e verbais.
Acabou transportado de ambulância ao hospital, após ter-se sentido mal. Após a alta, apresentou queixa no Ministério Público da Ponta do Sol, de onde é natural.
PSP também encaminhou processo para o MP
Por seu lado, a PSP confirma ter sido chamada à Loja do Cidadão por alguém se recusar a usar máscara. “Mais se informa que o cidadão não apresentou qualquer documento que justificasse a sua dispensa de utilização de máscara nem qualquer denúncia ou até reclamação sobre o serviço policial tendo inclusive tentado entrar nas instalações policiais sem máscara conforme poderá ser testemunhado por vários civis que presenciaram toda a situação”, respondeu o comando regional ao DIÁRIO.
Foi elaborado um Auto de Notícia “por crime praticado contra a autoridade pública que já foi remetido para o Mº. Público do Funchal que irá averiguar todos os factos”.