Custo da habitação na Madeira tende a aumentar com a crescente procura de estrangeiros
Governo Regional admite criar mecanismo de compensação para garantir que madeirenses não sejam prejudicados no acesso à habitação
O Governo Regional admite que o acesso à habitação na Madeira tende a aumentar como consequência da maior procura de cidadão estrangeiros que optam por comprar residência na Madeira. Para Miguel Albuquerque, o facto de a Região ser um território “muito atractivo para residentes estrangeiros com maior poder aquisitivo, não é mau”, mas tende a agravar o poder de compra dos residentes e obriga o Governo Regional a encontrar mecanismos de compensação para os madeirenses que necessitam de encontrar casa.
O presidente do Governo falava à margem da visita ao novo edifício de habitação 'Til Gardens', na Rua do Til, empreendimento com 18 fracções, já todas vendidas, inclusive a estrangeiros. O promotor do investimento, Paulo Nóbrega, admitiu um incremento no sector imobiliário mesmo em tempo de pandemia, com destaque para a procura de nacionalidades que anteriormente não adquiriam na Madeira, nomeadamente polacos e checos.
“Se a Madeira começa a ser um destino atractivo para residentes estrangeiros, é normal que o preço das habitações suba”, admitiu Albuquerque. Que reconhece ser necessário “encontrar um mecanismo de compensação” como forma de garantir que os madeirenses não sejam prejudicados no acesso à habitação.
Não alinha, contudo, no ‘sonho’ do Primeiro-ministro António Costa, que a propósito da ‘bazuca’ europeia, admitiu que o ideal seria celebrar os 50 anos do 25 de Abril com toda a gente em Portugal a ter uma casa condigna.
Por cá Albuquerque deixa claro que nunca prometeu isso nem vai prometer. “Vai haver sempre pessoas com carências habitacionais”, embora registe que “o flagelo da habitação na Madeira foi ultrapassado, graças aos grandes investimentos que foram feitos pelo Governo [Regional] em habitação”, referindo-se às cerca de 12 mil famílias a viver em alojamentos propriedade do Governo Região.
O essencial, diz, é diversificar a oferta e garantir condições de acessibilidade à habitação, sobretudo para casais jovens em diversas modalidades em cooperação com o privado, nomeadamente na aquisição a preços controlados.
Para Miguel Albuquerque a “habitação social hoje não é uma necessidade primacial, como já foi há alguns anos atrás, mas ainda temos algumas carências que têm de ser supridas”, admite.
Garante que a ‘bazuca’ – expressão que não gosta – destinada à Madeira também levará em conta a resolução dos problemas habitacionais existentes.