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Funchal é uma “capital atlântica por excelência”

Miguel Silva Gouveia esteve na apresentação da obra 'São Tiago Menor: Querubim divino armado'

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O presidente da Câmara Municipal do Funchal destacou, esta tarde, que o Funchal é uma “capital atlântica por excelência” e aludiu igualmente ao facto de ter “mais de cinco séculos de História” que “vieram construir um acervo cultural incalculável, aliado à beleza natural de paisagem, à biodiversidade e a um património edificado precioso” fatores que “moldaram a identidade genuína e singular da nossa cidade”.

Miguel Silva Gouveia falava na apresentação da obra 'São Tiago Menor: Querubim divino armado', numa cerimónia que decorreu na Igreja do Colégio, sendo que o livro, que teve o apoio da Autarquia, foi apresentado por Graça Alves, Diretora de Serviços de Museus e Centros Culturais. O evento enquadra-se no âmbito das comemorações dos 500 Anos do Voto a São Tiago Menor.

Na ocasião, o autarca destacou que o “Funchal foi a primeira cidade construída pelos europeus fora do Velho Continente” e que “chegou a ser a maior Arquidiocese metropolitana do mundo”. Realçou também que a “cidade sempre assumiu a sua condição ultraperiférica no contexto europeu como um estímulo à superação das adversidades, tendo construído, a partir daí, a sua centralidade geopolítica assente no cosmopolitismo, perante um oceano onde sempre se abriram caminhos de fé e esperança”.

O edil referiu a “devoção dos funchalenses a São Tiago Menor” na “proteção do Funchal” e lembrou o episódio que ocorreu em 1521, quando “um surto de peste que ceifava a vida a centenas de pessoas levou a que grande parte da população abandonasse o Funchal, incluindo o capitão donatário, o juiz corregedor e outros oficiais”. 

Contudo “a Vereação da Câmara Municipal manteve-se indefetível, ao lado daqueles que sempre procurou defender” e nesse sentido “já há 500 anos que o poder local com a sua tradicional proximidade, consubstanciava coragem, abnegação e humildade, sem jamais baixar os braços, mesmo que para isso tivesse, inclusive, de solicitar intervenção divina.

Por fim, Miguel Silva Gouveia afirmou que a “alma de uma urbe” é “a chama intrínseca das pessoas” e que vivemos, assim, um “momento de comunhão de esforços na missão de serviço público”.

“Hoje, tal como em 1521, a maior riqueza do Funchal continua a ser os funchalenses, povo humilde e trabalhador, que tem como cartão de visita a hospitalidade, a empatia e a solidariedade. É este o legado que herdámos e cabe-nos a responsabilidade de transmiti-lo aos funchalenses do futuro”, terminou.