Risco de novos casos de covid-19 no Porto Santo cresce com a chegada de mais turistas
Mais de metade dos casos de covid-19 activos no Porto Santo são de não residentes. A informação foi adiantada ao DIÁRIO por Rogério Correia, um dia depois de ter sido reportado, pela Direcção Regional de Saúde (DRS) um novo caso associado à única cadeia de transmissão local ainda activa naquela ilha.
Embora o relatório de ontem dê conta de quatro infecções activas entre residentes, o delegado de saúde do Porto Santo esclarece que, neste momento, são apenas três, atribuindo qualquer diferença que possa existir entre os números divulgados e a informação que possui ao desfasamento natural entre hora a que são conhecidos os resultados dos testes e o momento de divulgação do boletim.
A única rede local é a mesma. E realmente na rede local houve um miúdo, filho de uma das pessoas infectadas, identificada há mais tempo, que começou a ter sintomas nos últimos dias e foi positivo. O que tem aparecido, tirando isso, são casos importados. Ou seja, pessoas isoladas, que estão a viajar para o Porto Santo, que nós fazemos o controlo passados uns dias de elas entrarem negativas, por diversos motivos. Tirando esta rede, o que temos são casos importados pontuais que estão devidamente isolados e não originaram cadeias de transmissão no Porto Santo. Rogério Correia, delegado de saúde do Porto Santo
Rogério Correia refere que são sete os casos activos, quatro deles associados a cidadãos não residentes. Os três casos de transmissão local integram a cadeia identificada no final de Junho, dizendo respeito a uma funcionária de uma pequena unidade hoteleira que ficou infectada, presume o delegado de saúde do Porto Santo, através de algum hóspede.
Duas semanas depois de identificada a primeira infecção, nos últimos dias foram reportados dois novos casos associados a esta cadeia, pessoas que estavam devidamente isoladas, conforme realçou o delegado de saúde local.
Novas cadeias de transmissão local podem surgir no Verão
A abertura de quatro centros de testagem à covid-19 privados no Porto Santo veio facilitar o processo de rastreio obrigatório antes da viagem de regresso da Ilha Dourada para a Madeira.
Neste momento a situação tende para a normalidade, com Rogério Correia a dar conta de que o Centro de Saúde continua a realizar testes rápidos de antigénio sempre que solicitado pelos viajantes, mas não se têm verificado os constrangimentos identificados no início deste processo de testagem obrigatória à saída do Porto Santo (tendo como destino a Madeira), implementada desde 21 de Junho.
Esta oferta crescente vai ser fundamental para dar resposta ao maior número de turistas que são esperados nos próximos dias, aponta o delegado de saúde, não deixando de reconhecer que quanto mais pessoas chegarem ao Porto Santo maior é o risco de novas infecções.
“O nosso principal mercado fornecedor de turistas, no momento actual, é Portugal continental, zona de Lisboa, sobretudo, muitos aviões provenientes de lá, a Inglaterra, a Polónia e a Dinamarca. É obvio quando os nossos turistas provêm de zonas de alto risco, ó risco é maior. Agora, estamos atentos. Estamos a pedir à nossa população que tem contactos com os turistas, que faça testes de 15 em 15 dias, conforme o Governo preconizou e pôs à disposição de forma gratuita”.
Para o médico, o importante é identificar qualquer cadeia de transmissão interna que os cidadãos não residentes tenham gerado. “Até agora, felizmente, não temos tido. Só temos tido positivos em turistas, e como os isolamos logo, e isolamos logo os seus eventuais contactos, que não têm sido muitos, porque o tempo é curto que eles estão aí, as cadeias de transmissão param, mas é natural que vai haver um crescendo”, refere Rogério Correia.
O delegado de saúde reconhece, por isso, que poderão surgir outras cadeias de transmissão local semelhantes à que foi identificada no final de Junho. Nessas situações, o objectivo passa por conseguir fazer um rastreamento e controlo “tão efectivo como foi nas outras”, destaca.
Por saber que o controlo da situação não depende apenas das estruturas de saúde, Rogério Correia apela aos residentes no Porto Santo que façam rastreios frequentes. “´É preciso que as pessoas cumpram, é preciso que as pessoas venham fazer esses testes rápidos de 15 em 15 dias para identificarmos qualquer eventual transmissão que haja”, alerta o médico.