Sara Cerdas acusa "elementos ligados ao PSD Madeira" de "desinformar"
A eurodeputada do PS, Sara Cerdas, acusa "elementos ligados ao PSD Madeira" de lançarem "uma campanha de desinformação promovida através das redes sociais e plataformas de trocas de mensagens", a propósito "da votação ocorrida na sessão plenária de 7 a 10 de Junho do Parlamento Europeu relativa a 'Propostas de resolução - Direitos humanos e situação política em Cuba'".
Num comunicado com seis pontos, a socialista esclarece: "Relativamente ao assunto em concreto, importa clarificar que votei favoravelmente ao parágrafo 1 da resolução aprovada". Esse parágrafo, sublinha a eurodeputada, “condena veementemente a existência de prisioneiros políticos, a perseguição política persistente e permanente, os actos de assédio e as detenções arbitrárias de dissidentes em Cuba; condena igualmente os actuais ataques contra artistas do Movimento San Isidro, dissidentes pacíficos, jornalistas independentes, defensores dos direitos humanos e membros da oposição política; apela a uma cessação imediata destas acções e exorta as autoridades cubanas a libertarem imediatamente todos os presos políticos e as pessoas detidas arbitrariamente apenas por exercerem o seu direito à liberdade de expressão e de reunião; Condena com veemência a detenção arbitrária de Aymara Nieto Muñoz, Mitzael Díaz Paseiro, Iván Amaro Hidalgo, Edilberto Ronal Arzuaga Alcalá, Yandier García Labrada, Denis Solís González, Luis Robles Elizástegui e dos 77 prisioneiros de consciência; manifesta a sua solidariedade para com os membros do Movimento San Isidro e todos os activistas e defensores dos direitos humanos pelos esforços envidados para promover a liberdade de expressão em Cuba".
Informação que Sara Cerdas destaca verificável através de link próprio: https://www.europarl.europa.eu/plenary/pt/votes.html?tab=votes
No 3.º ponto do comunicado, a eurodeputada acrescenta que o seu voto "foi favorável à resolução
apresentada no Parlamento Europeu que apela à via do diálogo político entre a
União Europeia e Cuba e que promove a cooperação e o respeito pelos direitos
humanos e que essa proposta foi chumbada pela direita maioritária, em
detrimento de uma proposta restritiva e que apela a sanções, colocando em risco
as relações construídas ao longo dos últimos 5 anos entre a União Europeia e
Cuba".
Tal facto, esclarece, pode ser comprovado em:
https://www.europarl.europa.eu/doceo/document/B-9-2021-0345_PT.html
"Apenas o desconhecimento sobre os procedimentos parlamentares, nomeadamente
os realizados no Parlamento Europeu, ou a má-fé, justificam a promoção da
campanha de desinformação levada a cabo ao longo das últimas horas, por quem
manifestamente desconhece e ignora as vias do diálogo e do trabalho diplomático
e prefere a via do condicionamento democrático", lê-se no ponto número 4.
Sara Cerdas faz ainda uma retrospectiva e afirma ser alvo de difamação por desde que foi eleita: "Desde fevereiro de 2019 aquando da minha apresentação como candidata ao
Parlamento Europeu pelo Partido Socialista Madeira, tenho sido alvo de
sucessivas campanhas difamatórias que têm procurado colocar em causa as minhas
origens, a minha honorabilidade pessoal e familiar, o meu percurso académico e
profissional e, finalmente, o meu desempenho enquanto deputada ao Parlamento
Europeu, reiteradamente levadas a cabo por membros eleitos e afectos ao PSD
Madeira. Lamentavelmente e com propósitos facilmente identificáveis, desta vez
o PSD Madeira optou por ignorar as minhas ligações pessoais e familiares à
América latina que são públicas e que são parte importante da minha motivação
para o trabalho que desempenho na Delegação do Parlamento Europeu à Assembleia
Parlamentar Euro-Latino-Americana, em que acompanho as questões que afectam
directa ou indirectamente a nossa comunidade, sempre salvaguardando os direitos
humanos de todos os cidadãos. Ignora também os factos de ser membro suplente da
Delegação para as Relações com os Países da América Central e membro da
Delegação para as Relações com a África do Sul, o que tem originado a minha
especial atenção aos acontecimentos a que, infelizmente, temos assistido ao
longo dos últimos dias nesse território. Tenho acompanhado de perto, com grande
preocupação, todo o trabalho diplomático que tem sido realizado sobre esta
matéria e que certamente não é feito através das redes sociais ou de artigos de
opinião".
No último ponto do esclarecimento, Sara Cerdas explica que este serve "para clarificar que por mais manobras
difamatórias e campanhas de desinformação, tal como o povo latino-americano, a
nossa diáspora e as comunidades madeirenses, não me deixarei intimidar por
qualquer tentativa de condicionamento político, profissional ou pessoal e
recusarei sempre a instrumentalização do trabalho parlamentar e das nossas
comunidades para fins meramente difamatórios e partidários".