Há 70 anos era notícia o aproveitamento hidráulico no Porto Santo
No Canal Memória de hoje, veja o que foi notícia a 14 de Julho de 1951
A questão dos aproveitamentos hidráulicos no Porto Santo é algo que vem de longe. Uma das provas desse facto está na edição do DIÁRIO de 14 de Julho de 1951 quando era notícia a ida de um grupo de engenheiros à "ilha vizinha" para "proceder a estudos sobre a possibilidade de aproveitamentos hidráulicos para irrigação e consumo público".
A notícia publicada referia que o grupo de engenheiros viajava a bordo do vapor 'Madalena' e levava na bagagem um conjunto de missões: definir as obras imediatas necessárias para fazer face à "crise que assoberba aquela ilha motivada pela seca" e obras futuras "enquadradas num plano de valorizção hidro-agrícola daquela ilha".
Integraram esse missão vários engenheiros: Felix do Amaral ("aproveitamento das águas da chuva para irrigação dos terrenos"), Renato Correia de Gouveia ("revestimento vegetal das encostas por onde correm as águas que abastecem as albufeiras já existentes e as que possívelmente serão construídas"), Pinto Eliseu ("Colher elementos sobre as possibilidades de exploração de águas para irrigação e consumo público") e Jaime Ornelas Camacho que iria estudar um projecto de execução de obras, algumas imediatas, a pedido da Câmara local.
Recorde-se que estes estudos iniciados na década de 50 comprovaram a escassez crónica de água que existe no Porto Santo. Aliás, hoje já se sabe que os baixos caudais das origens naturais do Porto Santo estão relacionados com a fraca precipitação característica daquela ilha, quando comparada, por exemplo, com a ilha da Madeira. A precipitação média é 75% inferior à Ilha da Madeira (cerca de 360mm/ano).
Foi por isso que, depois de alguns anos, e quando os recursos existentes já começavam a não ser suficientes para satisfazer as necessidades de água para consumo e atendendo ao previsível aumento do fluxo turístico foi urgente encontrar uma solução alternativa que satisfizesse as necessidades de consumo atuais e futuras. Desta forma, foi decidida a construção da Central Dessalinizadora do Porto Santo, construída no final da década de 70 e a primeira dessalinizadora pública de Portugal.
Hoje a Central Dessalinizadora do Porto Santo, gerida pela Águas e Resíduos da Madeira (ARM), é a única origem de água potável utilizada para o abastecimento público desta ilha, produzida a partir da água do mar por intermédio de unidades de dessalinização por osmose inversa.
Para saber mais sobre as notícias de há 70 anos, consulte a edição do DIÁRIO do dia 5 de Julho de 1981 através do portal da Direcção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira através deste link .