Longevidade inovadora
Foi com o entusiasmo de quem acredita que os passos da política, por mais tortuosos que sejam, deixam sempre algo de positivo e que mais tarde ou mais cedo se desenvolve e vem a dar os frutos necessários para o bem do povo.
E foi com este entusiasmo que li a notícia do Editor executivo do DN Roberto Ferreira publicado no último dia 8 de julho sobre a intenção do Vice-Presidente do Governo Regional, Pedro Calado, de inscrever a RAM no Livro Verde de Economia da Longevidade EU, a sair no 1º trimestre de 2022; algo inovador nessa matéria.
Embora a notícia seja parca nos seus objetivos, é suficientemente clara na intenção do governante quanto ao modo como o GR vê e encara essa necessidade, já que, é revelado que se trata duma visão abrangente entre a economia, saúde e a segurança social, com vista a apoiar e desenvolver políticas específicas e inovadoras sobre o envelhecimento e a longevidade. Nomeadamente, disse, e destaco: “Queremos ser o primeiro arquipélago Age and Longevity Friendly, promotor da longevidade positiva e intergeracional, devidamente alicerçado e combinando, para tal, a intervenção pública e a promoção da iniciativa privada”.
Saúdo tal intenção como saudarei sempre tudo o que se possa fazer e desenvolver para a melhoria e bem-estar sobretudo dos mais carenciados, sendo certo que estarão sempre neste grupo os mais idosos. E isto porque estes são os mais vulneráveis, não só por debilidades de saúde, mas também perante os seus familiares e amigos. São-no também por diminuição dos seus rendimentos, já não falando naqueles que por razões de vária ordem, sempre o foram por toda a sua vida.
Interessante será acompanharmos estes desenvolvimentos na perspetiva das políticas públicas, já que, naturalmente, as privadas, baseando-se no lucro, farão o seu próprio caminho. Entendo, porém, que o apoio calibrado dos governos será uma mais-valia, sobretudo se evoluirmos para iniciativas inovadoras, quer para os locais, como para os estrangeiros. E não faltarão instalações, e com certeza ideias, para as desenvolver. Certo é que devemos também encarar a retoma do turismo, nesta ótica inovadora e mais racionalizada, com menos procura na quantidade, mas sim na qualidade.
Ora, o certo é que para o desenvolvimento das políticas públicas nesta matéria, muito haverá a fazer e a organizar, junto de todos os parceiros naturais dos governos, designadamente: Municípios, Juntas de Freguesia, Misericórdias, ONGs, Fundações, IPSSs, Associações, Federações, e demais organizações sem fins lucrativos, baseadas no voluntariado. Todas poderão usufruir dos apoios que surgirão por via destes desenvolvimentos e que são preferencialmente apoiados pelos dinheiros que virão da União Europeia. Não esqueçamos também os estímulos financeiros, por via de instituições bancárias, como são exemplo, entre outros, a Fundação A Caixa e o BPI.
Aguardemos a saída da legislação necessária, para que se deem os passos neste sentido. Estou certo de que, como título, será conseguida uma longevidade inovadora na nossa ilha. Esperemos que o Vice-Presidente leve a bom porto esta iniciativa. Fico expectante, mas conhecendo-o como o conheço, sei que os madeirenses vão ser mais uma vez inovadores, como o têm sido em tantas outras matérias, nomeadamente na organização estruturante e bem pensada no combate ao COVID-19 e nos apoios atempados às pequenas e médias empresas e ao emprego. Obrigado, Pedro, por te lembrares dos velhos!