Líder da oposição venezuelana apoia manifestações contra o regime em Cuba
O líder opositor venezuelano Juan Guaidó manifestou apoio às manifestações de domingo contra o Governo cubano de Miguel Díaz-Canel, em Havana e algumas outras cidades de Cuba. "O desejo de mudança, de liberdade e a exigência de direitos fundamentais são forças que não se podem conter", afirma o político venezuelano na sua conta do Twitter.
Na mesma mensagem Juan Guaidó sublinha que "desde a Venezuela, reitera o apoio a todo o movimento pró-democracia em Cuba". "Estamos unidos na luta para nos vermos livres e democráticos. Pátria e vida!", conclui.
Milhares de cubanos manifestaram-se hoje contra o Governo, algo inédito, nas ruas de pequenas cidades, como San Antonio de Los Baños, Güira de Melena e Alquízar, na província ocidental de Artemisa, Palma Soriano, em Santiago de Cuba, na ponta oposta da ilha, e em alguns bairros de Havana. De acordo com a agência EFE, centenas de pessoas saíram também à rua em Havana em manifestações pacíficas, que foram intercetadas pelas forças de segurança e brigadas de apoiantes do Governo, tendo-se registado violentos confrontos e detenções. Segundo a EFE, que cita testemunhas no local, houve violência policial também nas duas manifestações de San Antonio de los Baños, que foram transmitidas em direto em várias contas na rede social Facebook. Habitantes contaram a repórteres da EFE que, durante o protesto, a polícia reprimiu violentamente e deteve alguns dos manifestantes.
Estes foram os maiores protestos anti-Governo de que há registo na ilha desde o chamado "maleconazo", quando em agosto de 1994, em pleno "período especial", centenas de pessoas saíram às ruas de Havana e não se retiraram até à chegada do então líder cubano Fidel Castro. Desde o início da pandemia da covid-19, em março de 2020, os cubanos enfrentam maior escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos, o que gerou um forte mal-estar social. Estas manifestações aconteceram no dia em que Cuba registou um novo recorde diário de contágios e mortos devido à covid-19, com 6.923 novos casos nas últimas 24 horas, num total de 238.491, e 47 mortos, subindo o total desde o início da pandemia para 1.537.