Eleições Autárquicas Madeira

Motorista de táxi do Chega Ribeira Brava recusa "fazer uma política do bota abaixo"

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Foto Aspress

O motorista de táxi Celestino Sebastião, que se encontra desempregado devido às consequências da pandemia da covid-19, é o candidato do Chega à Câmara da Ribeira Brava e declarou recusar "fazer uma política do bota abaixo".

"Revejo-me na política de direita, não da extrema direita, e na política do líder do Chega, André Ventura", declarou o cabeça de lista à presidência deste município na zona oeste da Madeira para justificar por que "aceitou o desafio" desta candidatura na estreia do partido numas eleições autárquicas.

Nascido em 07 de agosto de 1972, Celestino Sebastião tem experiência autárquica e assumiu que ter sido "um apoiante de Miguel Albuquerque -- o atual líder do PSD/Madeira e do Governo Regional -- desde a primeira hora" e foi eleito na freguesia da Tábua, naquele concelho.

Quatro anos depois, foi cabeça de lista e pertenceu ao elenco daquela junta de freguesia, pelo movimento de cidadãos Ribeira Brava Primeiro (RB1), que atualmente governa aquele concelho que é presidido por Ricardo Nascimento.

"Não sou militante do Chega. Sou candidato e apoiante", sublinhou, mencionando que "nunca" de desfiliou do PSD e explicou que "quem vai contra o partido este toma a iniciativa de o suspender".

No seu entender, também foi "das pessoas que mais trabalhou para o movimento RB e foi colocado na prateleira".

"Nunca vi o meu esforço recompensado e não sou só eu", vincou o cabeça de listado Chega, assegurando que não são estes episódios que mudam a sua postura porque não é "uma pessoa de fazer política de bota abaixo e criticar apenas por criticar".

Falando sobre os problemas que identifica no concelho, apontou que "não tem unidades hoteleiras a funcionar", ao contrário do que acontece nos concelhos vizinhos (Câmara de Lobos e Ponta do Sol), uma situação que acontecia "mesmo antes da pandemia".

No seu entender, aquele concelho também precisa de um espaço de animação noturna, uma lacuna o que afasta as pessoas para o Funchal e os municípios vizinhos, onde existiam eventos até às 04:00.

Uma melhor ligação viária entre as freguesias seria "uma mais-valia" e veredas limpas são outras necessidades que referiu.

Celestino Sebastião considerou que o atual presidente da Câmara Municipal "herdou uma autarquia endividada e tem feito um trabalho para reduzir a dívida".

Complementou que deve ser "dada continuidade ao apoio social que tem sido dado" à população.

A criação de um mercado na Ribeira Brava, aproveitando o projeto previsto para a marginal da vila, seriam uma forma desta localidade "ganhar com a vinda de mais pessoas, incluindo turistas", apontou.

Um gabinete de apoio ao agricultor e medidas para que seja um espaço aprazível e limpo, com a construção de locais específicos para os dejetos dos animais, porque muitos donos não se preocupam em recolhê-los durante os passeios higiénicos foram outros aspetos que enunciou.

"Estou confiante num bom resultado eleitoral e este seria uma vitória", declarou, salientando que ficaria satisfeito se conseguir "tirar a maioria do RB1 e meter dois vereadores" nas eleições que se realizam em 26 de setembro.

Celestino Conceição concluiu que, "sendo esta a primeira vez que o Chega se candidata numas autárquicas, este resultado pode ser alcançado".

O concelho da Ribeira Brava integra as freguesias do Campanário, Ribeira Brava, Serra de Água e Tábua, nas quais residem 13.375 pessoas (Censos 2011).

O executivo camarário, que sempre esteve nas mãos do PSD, nas últimas autárquicas, passou a ser governado por um movimento, sendo composto por sete elementos, quatro do Ribeira Brava Primeira (RB1) e três do PSD.

Ricardo Nascimento já tem o apoio declarado do PSD e CDS à recandidatura, mas vai recandidatar-se pelo mesmo movimento.

Assim, até a momento estão anunciadas as recandidaturas de Ricardo Nascimento (RB1), Olga Fernandes (PS), Marcelino Rodrigues (CDU) no concelho da Ribeira Brava.