Madeira

Berardo ter-se-á apropriado de 140 mil euros em notas da venda de bilhetes no Monte Palace

Filho e irmão do empresário madeirense foram constituídos arguidos

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O Ministério Público indiciou Joe Berardo por ter alegadamente desviado cerca de 140 mil euros da venda de bilhetes para visitar o Museu e o Jardim do Monte Palace.

A notícia é avançada pelo Observador, que explica como os indícios recolhidos pelo Ministério Público apontam para o facto do empresário madeirense ter alegadamente ordenado, antes do Verão de 2019, à funcionária Fátima Câmara, que ficasse encarregue da venda de bilhetes de acesso ao Monte Palace Tropical Garden, com uma particularidade: os bilhetes pagos em numerário não deveriam registados.

De acordo com as suspeitas reunidas pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária, Berardo também terá ordenado a Fátima Câmara que guardasse o numerário e lhe fizesse chegar esses fundos. Assim, Berardo ter-se-á apropriado de cerca de 140 mil euros em notas da venda dos bilhetes de entrada no Monte Palace Tropical Garden.

Filho de Berardo constituído arguido

O filho de Joe Berardo foi constituído arguido por suspeita de ter colaborado com o pai no alegado esquema de burla que terá prejudicado a Caixa Geral de Depósitos, o BCP e o BES em mais de mil milhões de euros.

O Ministério Público e a PJ também entendem que Joe Berardo terá alegadamente abusado do domínio sobre o seu grupo empresarial, em benefício da sua família. Assim, terão sido recolhidos indícios de que Berardo se terá apropriado de receitas de diversas sociedades e entidades do grupo para sustentar os filhos e até pagar os colégios dos netos.

Diversos familiares de Joe Berardo terão recebido salários avultados sem uma aparente compensação laboral, isto é, não trabalhavam como contrapartida dessa remuneração e esses salários não terão tido contabilização fiscal.

Berardo e advogado respondem por quatro novos crimes

O empresário e o seu advogado de negócios vão passar a responder também por falsidade informática, falsificação, abuso de confiança qualificada e descaminho ou destruição de objetos colocados sob o poder público

Quer o filho Renato Berardo, quer o irmão Jorge Berardo são suspeitos de terem colaborado activamente com Joe Berardo e o advogado André Luiz Gomes na execução do plano criado por este último, que é apelidado pelo Ministério Público de "arquitecto" desse mesmo esquema, para dissipar o património do Grupo Berardo e evitar penhoras e execuções ordenadas pela Caixa, BCP e BES.

Para já, Renato Berardo foi constituído arguido, mas outros familiares poderão vir a ter o mesmo destino processual. Um deles é o irmão de Joe Berardo, neste caso Jorge Sabino Berardo, que integra os órgãos sociais da Associação Coleção Berardo, da empresa vinícola Bacalhôa e da Fundação José Berardo, entre outras empresas. O irmão de Berardo é ainda o responsável pela operação madeirense do grupo.

Advogado de Berardo não confirma que madeirense vai depor ao juiz Carlos Alexandre

O advogado de Joe Berardo manteve hoje a incógnita sobre se o empresário vai depor no interrogatório do juiz Carlos Alexandre no processo da Caixa Geral de Depósitos, mas previu que a sua diligência não termine durante a manhã.

O Jornal de Notícias avança ainda na sua edição que Berardo criou offshores em Caimão para não pagar os empréstimos aos bancos e a PJ está a investigar um labirinto de entidade que deixou credores "a arder" com cerca de mil milhões de euros.