Abstenham-se!
Boa noite!
Um voto de louvor ao ex-administrador e ex-director do DIÁRIO, José Bettencourt da Câmara, foi aprovado hoje por maioria pela Assembleia Legislativa da Madeira. A proposta da autoria do PS, que destacou os "36 anos de dedicação ao serviço da imprensa livre", teve os votos a favor dos deputados do PS, JPP e PCP.
Os deputados do PSD e do CDS não só se abstiveram como, sem escrúpulos e vergonha, aproveitaram a iniciativa socialista para tentar politizar o que não é da política e uma vez mais abrir a porta do confronto inexplicável com o DIÁRIO que julgávamos definitivamente encerrada. Pelos vistos, faltou-lhes a corrente de ar. Agora só têm um caminho e ser consequentes com a repugnante postura, imagem de marca do jardinismo deposto.
Na oportunidade que o PSD-M teve para redimir-se da manobra falhada para aniquilar de vez o DIÁRIO, engendrada pelo mentor da ‘grande fraude’ e da dívida colossal, foi igual a si próprio, porque cada vez mais refém do passado de má memória.
Mais surpreendente foi a atitude do CDS. Não é de certeza o mesmo partido que pediu a José Câmara luta destemida pela liberdade de imprensa ou que com ele definiu compromissos que adiaram uma extinção que agora se afigura inevitável. Será que José Manuel Rodrigues se revê neste distúrbio democrático?
Na história da Autonomia hoje tão levada ao colo devem ser raros os casos em que votos de louvor não são aprovados por unanimidade. Sobretudo quando pela sua natureza de indiscutível mérito e tenacidade não são passíveis de reparo. Mas hoje ficamos a saber que o PSD, querendo fazer apagar um facto indesmentível da história da Madeira – aqueles que “em cargos de poder pugnavam pela perseguição pessoal e política” – recusou pactuar com a verdade.
Já que se tornou moda mimar jornalistas depois de mortos, livrem-se os hipócritas desta terra, os sem memória e os ingratos de ousar apresentar votos de pesar sobre mim. Não me sujem o nome. Bastam-me as atrocidades que fui presenciando nesta vida, uma das quais sentida hoje, a par de todas as ofensas e humilhações patrocinadas pelos abstencionistas no voto de louvor a José Câmara. Como diz a canção, "quando eu morrer batam em latas"....