Vila de Rabo de Peixe deixa de estar sujeita a medidas restritivas especiais
A vila de Rabo de Peixe, nos Açores, vai deixar de estar sujeita a medidas restritivas especiais devido à covid-19, a partir de sábado, continuando, no entanto, em alto risco de transmissão, como o restante concelho da Ribeira Grande.
"Até agora Rabo de Peixe representava sempre mais de 50% dos casos da Ribeira Grande. Exigia uma atenção particular. Neste momento, deixa de ter este peso, passando a representar cerca de 30% dos casos da Ribeira Grande, por isso, as medidas de alto risco aplicam-se de forma igual a todo o concelho", revelou hoje, em conferência de imprensa, o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses.
Desde meados de maio que a vila de Rabo de Peixe estava sujeita a medidas mais restritivas do que as previstas no nível de alto risco de transmissão do novo coronavírus, que incluíam, por exemplo, a proibição de circulação na via pública em qualquer horário, o cancelamento de eventos culturais ou desportivos e o ensino à distância na maioria dos níveis de ensino.
Estas restrições serão levantadas às 00:00 de sábado, mas vai manter-se o ensino à distância em todos os níveis de ensino, com exceção do 1.º e 2.º anos e das disciplinas sujeitas a exame nacional no 11.º e 12.º anos, que já tinham retomado as aulas presenciais.
"As aulas encerrariam dois dias após a entrada em vigor deste diploma e não se justificaria que, por dois dias, se alterassem os hábitos, as rotinas e os riscos que poderiam implicar esta medida", explicou Clélio Meneses.
Quanto às medidas restritivas aplicadas na ilha de São Miguel, a única com transmissão comunitária identificada nos Açores, Ribeira Grande deverá manter-se como único concelho com alto risco de transmissão.
De acordo com os números já contabilizados (a avaliação final será feita às 00:00 de quinta-feira), Ponta Delgada deverá subir de médio para médio-alto risco e Vila Franca do Campo deverá descer de médio para baixo risco.
Lagoa deverá manter-se em baixo risco e Nordeste e Povoação em muito baixo risco, à semelhança dos restantes concelhos dos Açores.
"É preciso fazer mais um esforço. É preciso aguentar mais algumas semanas até que os números baixem e que a vacinação se generalize", apelou o secretário regional da Saúde.
Os Açores exigem a realização de um teste PCR de despiste de infeção pelo novo coronavírus aos passageiros que cheguem à região ou que tenham origem na ilha de São Miguel, à chegada ao aeroporto ou com 72 horas de antecedência, e a sua repetição ao 6.º e ao 12.º dias após o primeiro.
A partir das 00:00 de sábado, "deixa de existir obrigatoriedade do teste do 12.º dia".
O presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Luta contra a Pandemia nos Açores, Gustavo Tato Borges, admitiu, no entanto, a possibilidade deixarem de ser exigidos testes aos passageiros já vacinados.
"Mantém-se o rastreio de turistas à entrada. Para aqueles que não venham vacinados, vai ser sempre uma realidade. Entrando o certificado verde digital em funcionamento, como é uma forma fidedigna de verificar que alguém está totalmente vacinado, poderá ser aliviada essa medida para quem venha vacinado, que acarreta menos risco para a população", apontou.
Segundo Gustavo Tato Borges, o certificado verde digital deverá entrar em funcionamento nos Açores no dia 01 de julho.
"Penso que será possível mais cedo um bocadinho, mas o processo informático em si poderá levar um bocadinho mais a acertar", afirmou.
Os Açores têm atualmente 267 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, dos quais 265 em São Miguel, um nas Flores e um no Faial.
Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 5.767 casos de infeção, tendo ocorrido 5.337 recuperações e 33 mortes. Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 79 pessoas e 51 apresentaram comprovativo de cura anterior.
A avaliação do nível de risco nos Açores tem por base um modelo alemão, de semáforos, e é calculado em função do número de novos casos de covid-19 por 100 mil habitantes num período de sete dias.
Existem cinco níveis de risco: muito baixo (menos de 25 casos por 100 mil habitantes), baixo (entre 25 e 49 casos por 100 mil habitantes), médio (entre 50 e 74 casos por 100 mil habitantes), médio alto (entre 75 e 99 casos por 100 mil habitantes) e alto (mais de 100 casos por 100 mil habitantes).