Acções de sensibilização sobre ameaça do lixo marinho para pescadores e população da Madeira
O projecto teve início em 2019 e terminará em 2022
No Dia Mundial dos Oceanos, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) alerta para o perigo da pesca fantasma: redes, anzóis e outros apetrechos de pesca perdidos, que ficam à deriva nos mares e matam milhares de animais todos os anos. Para minimiar o problema, a SPEA e restantes parceiros do projecto 'OceanLit' estão a trabalhar com pescadores e populações locais na Madeira, Açores e Canárias.
Recentemente, encontrámos uma cagarra pendurada numa linha elétrica por um fio de pesca. Supomos que o fio de pesca estivesse abandonado no mar e tenha ficado enrolado na ave. Ao voar para o seu ninho, a ave traria o fio pendurado e terá ficado presa à linha elétrica, numa armadilha letal. É um exemplo insólito, que trouxe para perto das pessoas uma realidade que normalmente passa despercebida, no mar alto, mas que não deixa por isso de ser preocupante.” Cátia Gouveia, coordenadora da SPEA Madeira
As linhas, redes e anzóis perdidos e deixados à deriva no mar transformam-se em armadilhas para aves, tartarugas marinhas e outros animais que nelas ficam feridos ou presos, acabando muitas vezes por morrer.
De acordo com a coordenadora da SPEA Madeira, "esta pesca fantasma é uma parte significativa do lixo marinho que todos os anos mata cerca de um milhão e meio de animais nos oceanos de todo o mundo".
As acções de sensibilização para pescadores e comunidades costeiras sobre a ameaça do lixo marinho desenvolvidas pela SPEA Madeira, no âmbito do projecto Interreg OceanLit, têm como parceiros a Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, Secretaria Regional de Agricultura e Pescas, Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira e Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação.
O projecto teve início em 2019 e terminará em 2022.