Depois da vitória da lista de Dina Letra este Domingo, ficando agora a vereadora da CMF como coordenadora regional do Bloco de Esquerda, Paulino Ascenção afirmou ao DIÁRIO que está disponível para colaborar com a nova direcção regional, até porque, diz,  a prioridade é defender os ideais do partido: "No essencial de património político estamos todos de acordo e penso que há boas perspectivas para fazer um bom trabalho. O  essencial não é eu estar no lugar número um ou no número dois", disse. 

O ex-coordenador regional do Bloco de Esquerda na Madeira quer contribuir para que a nova "direcção funcione só como um bloco" e não pretende "alimentar um bloco de oposição, nem ir para a praça pública criticar decisões ou fazer ataques pessoais". Paulino Ascenção continua a fazer parte do órgão de direcção do BE, a comissão coordenadora regional: "Penso que vamos reunir em breve, a disponibilidade é para colaborar sem reservas com a nova maioria", garantiu.

Questionado sobre se a derrota da sua lista também se fica a dever à posição de não estar inteiramente disponível para apoiar a candidatura de Miguel Silva Gouveia nas eleições autárquicas deste ano, respondeu: "Não houve uma recusa em absoluto da coligação, isso nunca foi o problema. Foram os detalhes, o conteúdo do acordo, nomeadamente o facto de o Bloco não ter capacidade de indicar alguém para o órgão executivo - no fundo para executar o nosso contributo para o programa eleitoral".

Sem deixar de destacar que "houve maior capacidade de mobilização" da lista de Dina Letra, aproveitando para congratular a nova coordenadora regional: "Uma felicitação pública à Dina Letra e às pessoas que colaboraram com ela nesta candidatura. Fizeram um bom trabalho e desejo que continuem a fazer o bom trabalho". 

"E também poderão contar com toda a ajuda da minha parte e dos elementos da minha lista na direcção do bloco", enfatizou Paulino Ascenção, que era coordenador regional do BE desde Abril de 2018 e renunciou ao cargo em Maio passado, depois da discussão em torno da candidatura de Miguel Silva Gouveia. 

As eleições da Comissão Regional do Bloco de Esquerda foram ontem disputadas com duas moções estratégicas, encabeçadas por Dina Letra (‘Recuperar o presente, ganhar o futuro’) e por Paulino Ascenção (‘A Esquerda que resiste’), respectivamente. Coube a vitória à actual vereadora da Câmara Municipal do Funchal e militante número 3.588 do Bloco de Esquerda. 

Dina Letra recolheu 49 votos e elegeu nove delegados, enquanto o ex-líder regional, Paulino Ascenção, obteve 39 votos (sete delegados eleitos). Foram também registados três votos em branco e um nulo. À Lusa,  a nova coordenadora do BE-Madeira, afirmou que o partido “não se dissolve” por se unir a outras forças, como a coligação Confiança que governa a Câmara Municipal do Funchal, sublinhando que mantém “identidade própria”.