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Associações portuguesas em França são "uma sorte" para a diáspora e franceses

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O Ministério da Economia francês tem ajudas para distribuir às pequenas estruturas associativas com menos de 10 trabalhadores, categoria onde se inserem muitas associações portuguesas que fazem parte do "tecido solidário" da França, lembrou a secretária de Estado Olivia Grégoire.

"As associações franco-portuguesas são uma sorte para a diáspora portuguesa, mas também para todos os franceses que podem descobrir através delas a rica e bela cultura portuguesa. Como eleita na região de Paris, conheço bem a sua importância e solidariedade que existe nesta comunidade", disse Olivia Grégoire, secretária de Estado da Economia Social, Solidária e Responsável, em entrevista à agência Lusa.

Tendo em conta a dificuldade de muitas estruturas associativas em França devido à pandemia de covid-19, com muitas destas organizações a verem as suas atividades diminuídas ou extintas devido às restrições de eventos culturais ou desportivos, Olivia Grégoire criou um mecanismo de apoio às associações.

"As associações têm uma tesouraria estruturalmente mais fraca que as empresas e sei que muitas destas associações nem pensaram em pedir ajudas do Estado. É por isso que criei o fundo UrgencESS, destinado a pequenas estruturas associativas", indicou a governante, precisando que estas ajudas são dirigidas a associações com menos de 10 trabalhadores, sendo este o caso de muitas associações portuguesas.

Este mecanismo pode atribuir uma subvenção entre 5 e 8 mil euros, fazendo ainda um diagnóstico económico e dando apoio às associações para melhorarem a sua tesouraria. Este fundo tem mais de 30 milhões de euros e quer ajudar 5 mil estruturas reconhecidas em França como ESS, ou seja, que reagrupam estruturas que conciliam a utilidade social à perfomance económica e a governação democrática.

Mas dependendo do setor de atuação, há outras ajudas possíveis. Para as associações com grupos de folclore ou outras atividades culturais, a secretária de Estado relembra que o plano de relançamento da economia francesa prevê até dois mil milhões de euros para a cultura, com a possibilidade de desenvolver projetos até 150 mil euros que façam reviver "as dinâmicas locais e os laços sociais".

Já para as associações ligadas ao desporto, nomeadamente ao futebol, como é o caso de muitas estruturas franco-portuguesas, há um fundo de 11 milhões de euros para os clubes e associações mais tocados pela crise que é administrado pela Agência Nacional do Desporto.

Outra ajuda em vigor são 4 milhões de euros para a transição digital dos clubes e federações em toda a França, para que os cidadãos conheçam melhor a oferta no seu território.

No âmbito das associações que dão ajuda social, o programa de relançamento da economia atribuiu em novembro de 2020 cerca de 100 milhões de euros para 33 projetos nacionais e 576 projetos locais.

"Estas ajudas são uma verdadeira garrafa de oxigénio que vai permitir às associações de melhorarem o seu impacto junto dos mais frágeis", assegurou Grégoire.

Após um longo período de pandemia, a secretária de Estado espera agora que os bons momentos de convívio franco-portugueses voltem o mais rápido possível.

"É sempre um prazer partilhar momentos conviviais entre as bandeiras desse belo país [Portugal] e de pensar para além de uma certa final do Euro 2016", concluiu a governante em jeito de brincadeira, numa referência à vitória da seleção de futebol portuguesa frente aos franceses.

De forma a recorrer a estas ajudas, os dirigentes associativos podem aceder ao site urgence-ess.fr, havendo ainda todos os dispositivos possíveis no 'site' do Ministério da Economia.