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Estudantes venezuelanos iniciam marcha de protesto de 19 dias até Caracas

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Estudantes venezuelanos começaram hoje uma caminhada desde vários estados do país até à capital, Caracas, com o objetivo de mostrar a objeção ao Governo de Nicolás Maduro e reivindicar a "liberdade" do país e o fim da crise.

Com uma duração prevista de 19 dias e designada 'Rota da Venezuela' (#RutaXVzla), a marcha é liderada pela Confederação de Estudantes Venezuelanos (CONFEV) e conta também com a participação de diversas organizações da sociedade civil. A iniciativa de protesto esteve inicialmente prevista para arrancar em 19 de abril, mas foi posteriormente adiada por "razões organizacionais".

"Nós, estudantes, vamos do interior do país para Caracas e vamos exigir uma vida digna para cada um de nós", afirmou o porta-voz das universidades autónomas, Yeissel Perez, durante a reunião no passado dia 18 de março, na qual a ação de protesto foi anunciada.

Por enquanto, não se sabe ainda como é que os estudantes vão contornar as restrições à mobilidade, integradas na quarentena em vigor na Venezuela para conter a propagação da covid-19, ou os controlos permanentes das forças de segurança do Estado.

O porta-voz das universidades privadas do país, Terry Villanueva, pediu à alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, e à comunidade internacional para que estivessem atentas a estas mobilizações, no sentido de garantir que as autoridades venezuelanas não as impedissem.

"Avisamos o regime e, especificamente, Nicolás Maduro, que se nos tentarem silenciar ou reprimir, ele será responsável pela nossa integridade", frisou Villanueva. Por sua vez, Yeissel Perez disse hoje que a situação que o país está a atravessar é "de vida ou morte" e afeta todos os venezuelanos.

Paralelamente, o líder da oposição, Juan Guaidó, já veio expressar o seu apoio à mobilização convocada pelos estudantes.

A Venezuela atravessa a pior crise política e económica da sua história moderna e que se traduz numa inflação elevada e na emigração de mais de cinco milhões de pessoas. No entanto, o Governo venezuelano atribui esta situação ao bloqueio gerado pelas sanções dos Estados Unidos da América e de outros países, apesar de a crise ter começado anos antes de as sanções terem sido impostas, em 2017.