“É degradante assistirmos a um CDS que é um mero eco do PSD”
Paulo Cafôfo acusa CDS de se ter “vendido ao desbarato” ao PSD “para satisfazer clientelas pessoais”
O passa no Governo Regional dos Açores “não é muito diferente daquilo que se passa aqui na Região (Madeira)” concluiu Paulo Cafôfo. Foi durante o debate na Cimeira ‘Madeira e Açores em diálogo’, promovida hoje, em Machico, com a presença dos dois presidentes do Partido Socialista da Madeira e dos Açores, Paulo Cafôfo e Vasco Cordeiro, que o líder madeirense lembrou que também na Madeira o PSD se viu obrigado, nas últimas eleições Regionais, a fazer coligação com o CDS, para salvaguardar a posição de poder.
“Um casamento que obrigou a um dote da noiva”, atirou o líder socialista madeirense, referindo-se à “coligação de interesses”. Que diz estar bem patente na actual gestão governativa, por não encontrar diferenças no estilo de governação quando o Governo Regional era só PSD e o actual, em coligação com o CDS.
Pior ainda. “Nunca houve tantas pessoas nomeadas”, lembrou, referindo-se aos mais de 500 cargos por nomeação que ‘reforçam’ o Governo Regional da Madeira e custam, anualmente, ao erário público mais de 24 milhões de euros.
“É degradante assistirmos a um CDS que é um mero eco do PSD. Um partido que se vendeu e que traiu todo um património que tinha. Esse património político do CDS foi vendido ao desbarato para satisfazer clientelas pessoais”, acusou Paulo Cafôfo.
Líder socialista que também denunciou “perseguições, chantagens e medos” de quem ousa participar em projectos políticos na oposição, realidade que garante “continua bem latente na sociedade madeirense”.
Conclui por isso que a coligação que sustenta o Governo Regional “não traz nada de bom para a Madeira, só traz de bom para os próprios partidos”, concretizou.
No debate com moderação de Ricardo Miguel Oliveira, director do DIÁRIO de Notícias, a coligação que fez derrubar o PS do Governo Regional dos Açores foi um dos temas abordados na longa conversa. Questionado sobre ‘a lua de mel exótica’ que o afastou da presidência do governo, Vasco Cordeiro, clarificou: “Exótica, é. Agora lua de mel, não sei se é tanto assim”.
Mais a sério, garante que “aquilo que uniu os cinco partidos para derrubar o PS (Açores) não foi um projecto político, mas pura e simples sede de poder”, acusou o ex-presidente do governo açoriano. “Além da cosmética” dá conta da “sensação de vazio” que o novo governo está a deixar. Tanto que Vasco Cordeiro manifesta “apreensão” com a sensação de ausência de projecto e, pior ainda, a convicção “que os Açores estão a ficar para trás”, denuncia.