Crime de lesa-majestade
Boa noite!
Que o governo britânico tenha riscado Portugal da ‘lista verde’ deixando quem aqui vive do Turismo em desespero é um facto. Logo, nas próximas três semanas mais do que esbracejar e atirar culpas indiscriminadamente é melhor cuidar de baixar índices e internamentos, pois caso contrário o Verão turístico à custa dos ingleses em Portugal estará irremediavelmente perdido.
Que depois da primaveril invasão por ocasião da ‘Champions’ - com um ministro metido ao barulho e apenas com protecção das vistosas ‘bolhas’ de cerveja - o tenha feito sem qualquer rigor científico e com argumentação alusiva a variantes quase sem expressão em Portugal, logo, sem nexo aparente, é assunto para especialistas.
Que não tenha tido em conta, pelo menos até agora, as especificidades de destinos seguros como a Madeira e os Açores é lamentável.
Que não tenha sentido de justiça e use argumentos de carácter duvidoso que até colhem de surpresa os cidadãos ingleses é assunto do foro interno para tirar a limpo, porventura, em próximas eleições.
Que continue a gerir a crise pandémica como se estivesse em Março de 2000, como se metade da população já não tivesse sido vacinada e como se não houvesse maior resistência ao vírus é de uma irracionalidade atroz.
Que tenha optado por incentivar o turismo interno com a imposição de quarentenas a quem ouse sair do País é uma hipótese como tantas outras
Agora, que por cá a malta do contencioso permanente com Lisboa, como Lopes da Fonseca, prefira disparar contra a “inércia” do Governo da República, enquanto Eduardo Jesus tenta diplomaticamente sensibilizar o Ministro dos Negócios Estrangeiros e o Embaixador de Portugal no Reino Unido para pugnarem junto das autoridades inglesas por uma possível diferenciação e reversão da decisão ontem tomada é daqueles erros de palmatória que só são tolerados porque o presidente do governo está de férias e porque numa coligação colada a cuspo cada um diz o que lhe apetece. Os eventuais lesados das listas inglesas já sabem a quem enviar a factura.