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Incêndio destrói 350 tendas num campo de deslocados yazidis no Iraque

Foto DR
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Um incêndio provocado por um curto-circuito destruiu hoje 350 tendas num campo de deslocados yazidis, minoria étnico-religiosa curda perseguida pelos 'jihadistas' no norte do Iraque, informaram as autoridades locais, indicando o registo de duas dezenas de feridos.

O incêndio deflagrou numa secção do campo de Sharia, na província de Dohuk (no Curdistão iraquiano), na fronteira com a Turquia, que ainda acolhe 12 mil deslocados yazidis, cerca de três anos e meio após a declaração de vitória pelas autoridades iraquianas contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

"Das 4.000 tendas [do campo], 350 ficaram completamente destruídas e 25 pessoas sofreram ferimentos ligeiros, oito das quais foram transferidas para um hospital por causa de problemas respiratórios", relatou, em declarações à agência France-Presse (AFP), o responsável do acampamento, Serdar Mohammed.

"Este incêndio foi provocado por um curto-circuito e para o extinguir mobilizámos helicópteros e dezenas de camiões de bombeiros", disse, por sua vez, um porta-voz da direção regional responsável pelos deslocados, igualmente citado pela AFP.

Um inquérito para esclarecer as circunstâncias do incêndio foi aberto e novas tendas devem ser erguidas nos próximos dias, assim que o local estiver limpo, anunciaram ainda as autoridades locais.

Os yazidis são uma minoria religiosa ancestral do Médio Oriente e foram um dos principais alvos de perseguição do EI no Iraque.

Em 2014, os 'jihadistas' mataram milhares de pessoas desta comunidade (que mistura elementos de várias religiões, como o Cristianismo, o Islão e o Zoroastrismo), recrutaram crianças à força e transformaram mulheres em escravas sexuais.

Dos mais de 6.400 yazidis sequestrados pelo grupo extremista, metade ainda está desaparecida, de acordo com as autoridades curdas.

Todas estas ações perpetradas pelos 'jihadistas' constituem um genocídio, segundo as Nações Unidas.

Os yazidis eram cerca de 550.000 no Iraque em 2014, mas 100.000 partiram para o exílio e outros 360.000 foram deslocados para o Curdistão iraquiano.