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Turquia pede que se mantenha aberta única passagem de ajuda

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A Turquia apelou hoje para que se mantenha aberto o único ponto de acesso para fornecer ajuda humanitária no noroeste da Síria, numa altura em que a Rússia se mantém contra a extensão desta autorização.

A atual autorização transfronteiriça permite que a ajuda humanitária seja entregue desde a vizinha Turquia aos sírios, sem o apoio de Damasco, através do ponto de entrada Bab al Hawa, no noroeste da Síria, região dos rebeldes Idleb, onde vivem cerca de três milhões de pessoas.

A permissão termina em 10 de julho, devido à falta de acordo na ONU para prolongar por mais um ano esta autorização, pois a Rússia, que já tinha reduzido o acesso a este único ponto, não abdicou do uso do veto para impedir a extensão.

"O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve estender o acordo referente a este acesso pela fronteira", destacou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Cavusoglu, durante uma conferência de imprensa com o seu homólogo russo, Sergey Lavrov, em Antália, no sul da Turquia.

O governante revelou que a Turquia está em negociações com a Rússia e outros países membros do Conselho de Segurança da ONU para "ultrapassar a relutância" de Moscovo.

"Esta é uma questão humanitária, não política", apontou o ministro turco, citado pela agência AFP.

Muitos países temem uma catástrofe humanitária caso este corredor de ajuda seja encerrado.

A Turquia, que já acolheu quase quatro milhões de sírios que fugiram da guerra que assola aquele país desde 2011, teme que um novo fluxo de refugiados atravesse a sua fronteira.

No entanto, a Rússia, que apoia o regime de Bashar al-Assad na Síria, tem permanecido inflexível e defende o fim da autorização dada pela ONU.

Moscovo pretende que aquele país regresse à soberania plena e considera que a ajuda humanitária de Damasco pode substituir a ajuda internacional.

A Turquia apoia grupos rebeldes que combatem o regime de Bashar al-Assad apoiado pela Rússia, mas apesar das diferenças, as duas nações fortaleceram a cooperação na Síria desde 2016.

De acordo com as Nações Unidas, 75% dos mais de quatro milhões de pessoas que vivem no noroeste da Síria dependem de ajuda humanitária e quase 85% recebem apoio graças à operação internacional através da fronteira turca. Cerca de meio milhão de pessoas morreram na guerra na Síria, desencadeada em 2011, segundo um balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

Cerca de meio milhão de pessoas morreram na guerra na Síria, segundo um balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.