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Berardo e advogado respondem por quatro novos crimes

O empresário e o seu advogado de negócios vão passar a responder também por falsidade informática, falsificação, abuso de confiança qualificada e descaminho ou destruição de objetos colocados sob o poder público

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O processo que levou à detenção do empresário Joe Berardo conta com 11 arguidos, dos quais seis são empresas e cinco individuais.

O empresário Joe Berardo e o seu advogado, André Luíz Gomes, detidos na terça-feira, vão responder por mais quatro crimes para além daqueles de que já eram suspeitos, exceto administração danosa.

Segundo informação veiculada pelo Conselho Superior da Magistratura (CMP) a pedido do juiz do Tribunal Central Criminal (TCIC) Carlos Alexandre, o empresário e o seu advogado de negócios vão passar a responder também por falsidade informática, falsificação, abuso de confiança qualificada e descaminho ou destruição de objectos colocados sob o poder público.

Estes crimes juntam-se àqueles que já lhes eram atribuídos, envolvendo burla qualificada, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.

Filho de Berardo constituído arguido

O filho de Joe Berardo foi constituído arguido por suspeita de ter colaborado com o pai no alegado esquema de burla que terá prejudicado a Caixa Geral de Depósitos, o BCP e o BES em mais de mil milhões de euros.

De fora dos ilícitos imputados a Joe Berardo e a André Luíz Gomes ficou o crime de administração danosa, do qual deverá ser indiciado um dos restantes arguidos.

Segundo informação do juiz Carlos Alexandre veiculada pelo CSM, os arguidos foram apresentados ao TCIC às 16:00 e começaram a ser ouvidos às 17:15.

O processo que levou à detenção do empresário Joe Berardo conta com 11 arguidos, dos quais seis são empresas e cinco individuais.

Pandemia suspendeu processo que pode vir a retirar condecorações a Berardo

O Presidente da República afirmou hoje que "a pandemia acabou por parar ou suspender" o processo disciplinar instaurado em 2019 pelo Conselho das Ordens Nacionais a Joe Berardo que pode levar à retirada das suas condecorações.

Fonte ligada ao processo disse à Lusa que, dos cinco arguidos individuais apenas dois estão detidos, Joe Berardo e André Luíz Gomes, ambos presentes hoje ao juiz do TCIC.

Vários órgãos de comunicação social avançaram desde terça-feira que um dos arguidos é o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos Carlos Santos Ferreira, informação não confirmada oficialmente.

O caso foi tornado público depois de uma operação em que foram feitas cerca de meia centena de buscas, 20 domiciliárias, 25 não domiciliárias, três a estabelecimentos bancários e uma a escritório de advogado, tendo ainda sido emitidos dois mandados de detenção, visando o empresário e o seu advogado de negócios e de longa data André Luíz Gomes.

Autoridades arrestaram 2.200 obras de arte de Berardo

O empresário e colecionador José Berardo, ontem detido por suspeita de crimes económicos, tem cerca de 2.200 obras das suas coleções de arte arrestadas pelas autoridades, parte delas no museu instalado no Centro Cultural de Belém.

Segundo comunicados da PJ e do DCIAP, nesta investigação, que decorre no âmbito do denominado processo Caixa Geral de Depósitos (CGD), existem suspeitas da prática de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento e, eventualmente, crimes cometidos no exercício de funções públicas.

A PJ esclareceu que se trata de um grupo "que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros" e que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à CGD, ao Novo Banco e ao BCP.