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Oposição diz que foram encontrados "impactos de bala" na viatura usada por Guaidó

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A oposição venezuelana, aliada de Juan Guaidó, denunciou hoje que foram encontrados "impactos de bala" na viatura que o líder opositor usa para circular no país.

"São impactos de bala nos vidros, que tem recebido durante as visitas e deslocações pela Venezuela", explicou o opositor Freddy Guevara, na sua conta na rede social Twitter.

Sem precisar quando foram detetados os impactos de bala, o político acompanhou a mensagem com duas fotos "desde o interior da viatura", nas quais é possível observar rachas nos vidros.

"Apenas isso. Os riscos de enfrentar uma ditadura", explica.

Em várias oportunidades, a oposição venezuelana, aliada de Juan Guaidó, tem denunciado que homens armados têm atacado as viaturas de políticos da oposição e que familiares e amigos de dissidentes, jornalistas, defensores e ativistas de Direitos Humanos são alvo de perseguição de funcionários de organismos de segurança local.

A última denúncia ocorreu no mesmo dia em que Juan Guaidó instou os venezuelanos a protestarem nas ruas, a partir de 05 de junho, para fazer pressão até conseguir um acordo para salvar a Venezuela da crise política, económica e social, e do Governo do Presidente, Nicolás Maduro, que a oposição responsabiliza pela situação no país.

"Estou a apelar aos protestos para salvar a Venezuela e poder exigir um Acordo de Salvação Nacional. Esse acordo não chegará sozinho, passa por exercer a maioria, levar às ruas o Plano Salvemos a Venezuela (PSL)", disse.

Juan Guaidó falava em Caracas, durante um ato público em que participaram vários deputados do parlamento eleito em 2015, estudantes e representantes da sociedade civil.

O líder opositor insistiu que os dirigentes sociais e políticos devem espalhar o PLS em todos os locais da Venezuela e transformar as exigências de cada setor em uma só, organizando protestos cívicos com a participação de todos os setores venezuelanos.

"Não estamos a começar do zero, já percorremos um caminho, com uma maioria construída durante anos e hoje estamos [a oposição aliada de Juan Guaidó] juntos e unidos", explicou.

Guaidó considerou ainda que "a unidade tem sido uma ferramenta necessária" para a oposição, que "deve evitar a dispersão para poder derrotar a ditadura" e que a "possibilidade" de realização de eleições regionais previstas para o último trimestre de 2021 não irá dividir a oposição na exigência dos direitos dos venezuelanos.

O político venezuelano insistiu que "as forças democráticas" do país "estão prontas" para avançar com um Acordo de Salvação Nacional, o que, a seu ver, "a Venezuela necessita urgentemente".

Entretanto, Juan Guaidó anunciou que o México e a Noruega poderão vir a ser palco de negociações entre o Governo venezuelano e a oposição.

Mencionou também que as sanções internacionais contra o país, impostas pelos Estados Unidos, entre outros países, vão ser levantadas progressivamente, à medida que se cumpram os resultados das negociações entre o Governo e a oposição.

Por outro lado, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tem insistido publicamente que um eventual acordo com a oposição passa pelo levantamento das sanções.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.