Pedro Milheiro da Costa considera exclusão do corredor verde "absolutamente dramática”
“É uma machadada na recuperação, não tenho dúvidas nenhumas. É uma enorme machadada que ninguém estava à espera”, foi a primeira recção de Pedro Milheiro Costa, director do Hotel Quinta do Furão, em Santana, ao facto do Reino Unido retirar Portugal da lista de países considerados seguros para viajar.
No dia em que diz ter sido também surpreendido pelas notícias que dão conta que “afinal temos aqui uma estirpe nepalesa, que eu nunca tinha ouvido falar, mas que já chegou a Portugal, pelos vistos”, o director hoteleiro conclui “se calhar também devíamos ter sido mais contidos em alguns eventos recentes”. Nomeadamente “nas celebrações do título” conquistado pelo ‘seu’ Sporting e na final da Liga dos Campeões, sendo que este último evento não deixa de ser “um bocadinho irónico”, tendo em conta que foi disputado por duas equipas inglesas que arrastaram “milhares de hooligans a fazer tudo o que bem lhes apetecia na baixa do Porto”, e menos de uma semana depois “o governo inglês acaba por dar esta machada” que só espera “tenha sido decidida com alguma base científica”, apesar de assumir que custar a crer haver razões para justificar a exclusão de Portugal como destino seguro para os britânicos viajar.
No caso da Quinta do Furão que Pedro Milheiro Costa dirige, o facto de o turismo britânico não ser um mercado fundamental, não deixa ainda assim de ser “um mercado muito importante”, que deverá resultar no imediato no “cancelamento de reservas”.
Bem pior será o impacto no sector hoteleiro regional, não tendo dúvidas que “para a Madeira é absolutamente dramático”, antevendo muitas desistências dos viajantes do Reino Unido, que a partir da próxima terça-feira passam a estar obrigados, no regresso a casa, a cumprir uma quarentena de 10 dias e de realizar dois testes à Covid-19, dois e oito dias após a chegada.
“Visto a camisola da Madeira e sinto a dor como se fosse minha. É absolutamente dramático e estamos todos muito cansados deste ioiô pandémico. Quando as coisas pareciam estar no bom caminho”, esta decisão é mais um duro revés na retoma que começava a animar o sector turístico.
“Temos que ser pacientes. Esta pandemia é um exercício de enorme paciência”, lembrou. A expectativa agora é que “daqui a três semanas, que é quando será feita nova reavaliação, voltemos ao verde, que é uma cor bela”, sublinhou com humor o hoteleiro sportinguista.