INSA confirma variante Delta na Madeira
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) confirmou, no último relatório, a existência da variante Delta do novo coronavírus na Madeira (13,2%). A variante Alpha, associada inicialmente ao Reino Unido, continua a ser a mais predominante na Região (69,8%). Também foram identificadas as variantes Gamma (11,3%) , a Beta (3,8%) e outras (1,9%).
De acordo com o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, divulgado pelo INSA, a variante Delta, associada inicialmente à Índia, teve "uma subida galopante" na frequência relativa a nível nacional, mas a sua distribuição "é ainda muito heterogénea entre regiões". A frequência da variante Delta do novo coronavírus aumentou de forma galopante num mês, passando de 4% em maio para 55,6% em junho, segundo INSA.
Para a Madeira, o cálculo da frequência das VOC (variant of concern) foi fortalecido pela inclusão de dados de 23 amostras obtidos através da pesquisa de mutações de interesse por PCR, explica o documento.
Até à data, foram analisadas 9.846 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 284 concelhos de Portugal.
De acordo com o mesmo instituto , a distribuição da variante delta varia entre 3,2% (Açores) e 94,5% (Alentejo), mas, tendo em conta a tendência observada entre maio e junho, "é expectável que esta variante se torne dominante em todo território nacional durante as próximas semanas".
Do total de sequências da variante Delta analisadas até à data, 46 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike, refere o instituto.
No entanto, sublinha, cerca de 50% destes casos restringem-se a apenas duas cadeias de transmissão de âmbito local, o que sugere que a sua circulação comunitária é ainda limitada, sendo a frequência relativa deste perfil (Delta+K417N) na amostragem nacional de junho de 2,3%.
De acordo com o relatório, entre as novas sequências analisadas, a variante Alpha (B.1.1.7), associada inicialmente ao Reino Unido, foi detetada por sequenciação com uma frequência relativa de 40,2% na amostragem nacional de junho, evidenciando uma forte redução de frequência a nível nacional (88,4% em maio).
Contudo, explica o INSA, "esta variante é ainda a mais prevalente na região Norte (62,7%) e nas regiões autónomas dos Açores (96,8%) e Madeira (69,8%)".
O relatório do Instituto Ricardo Jorge dá ainda conta de que a frequência relativa das variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1) mantém-se baixa, sem tendência crescente nas últimas amostragens.
"Em particular, destaca-se que a variante Beta foi detetada a uma frequência de 0,1% e em apenas duas regiões (Lisboa e Vale do Tejo e Região Autónoma da Madeira)", refere.
Segundo o documento, até à data foram analisadas 9.846 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 284 concelhos de Portugal.
No âmbito da vigilância genómica que o INSA está a coordenar, foram obtidas 1.087 sequências da amostragem nacional de junho de 2021, a qual incidiu nos dias 2 a 15 de junho. Esta amostragem envolveu laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo um total de 131 concelhos.
A partir de junho, o INSA adotou "uma nova estratégia de monitorização contínua da diversidade genética do novo coronavírus em Portugal", a qual assenta em "amostragem semanais de amplitude nacional"
"Esta abordagem permitirá uma melhor caracterização genética do SARS-CoV-2, uma vez que os dados serão analisados continuamente, deixando de existir intervalos temporais entre análises", considera o instituto.
O novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, uma cidade do centro da China, provoca a covid-19, uma doença respiratória que em Portugal já provocou 17.086 pessoas.
De acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS), já foram confirmados em Portugal 875.449 casos de infeção pelo novo coronavírus.
Leia o último relatório do INSA: