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Trabalhadores da Groundforce vão receber salários de Junho em tranches

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Os trabalhadores da Groundforce vão receber o salário de Junho por tranches, sendo pago na data habitual apenas 65% da remuneração, segundo informou o presidente do Conselho de Administração da empresa de 'handling'.

De acordo com a comunicação de Alfredo Casimiro aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, apesar da recuperação do tráfego aéreo, "o significativo aumento de actividade [...] no mês de Junho (e que se prevê continuar em Julho) não gerou ainda a respectiva entrada de receitas, em virtude das condições de pagamento acordadas com a maioria dos nossos clientes".

"A empresa depara-se assim, e ainda, com constrangimentos de curto prazo na sua tesouraria que a impossibilitam de honrar atempadamente todas as suas obrigações", explica o presidente da Groundforce aos trabalhadores.

Assim, acrescenta, o salário do mês de Junho será pago faseadamente: a primeira tranche, correspondente a 65% do valor do salário líquido, será paga na sua data habitual, e a segunda tranche, correspondente aos remanescentes 35%, será paga até dia 15 de Julho.

Já "o pagamento do cartão refeição será efectuado integralmente até dia 30 de Junho".

Na nota interna a que a Lusa teve acesso, o também maior acionista da Groundforce diz que "administradores e diretores acordaram receber apenas após todos os restantes trabalhadores terem recebido o seu salário na íntegra".

A Groundforce presta serviços de assistência em escala aos passageiros e bagagens nos aeroportos portugueses.

Já em maio os salários dos trabalhadores da Groundforce foram pagos faseadamente.

A TAP requereu, em 10 de Maio, na "qualidade de credora", a insolvência da Groundforce "junto dos Juízos de Comércio de Lisboa do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa", justificando que o objectivo da acção passa por, "se tal for viável", salvaguardar "a viabilidade e a sustentabilidade da mesma, assegurando a sua actividade operacional nos aeroportos portugueses".

A empresa de 'handling' considerou que um processo de insolvência não só "não deixa tudo na mesma", como deixa a Groundforce numa situação de "total estrangulamento", tendo, por isso, escrito ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, no sentido de o sensibilizar "para o facto de esta decisão contribuir em muito para o agravamento da situação da empresa".

A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.