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Milhares saem às ruas de várias cidades europeias em marchas do "Orgulho LGBTI"

Foto EPA/IAN LANGSDON
Foto EPA/IAN LANGSDON

Vários milhares de pessoas saíram às ruas em diversas cidades europeias em marchas de defesa dos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Intersexo (LGBTI), ainda que restrições associadas à pandemia tenham temperado as manifestações em vários locais.

Em Lisboa, a pandemia levou ao cancelamento da manifestação de "Orgulho LGBTI" prevista para hoje e em Londres, normalmente muito participada, a marcha foi adiada pelas mesmas razões.

Em Berlim, os manifestantes marcharam ao longo de três itinerários em direção à Alexanderplatz, no centro da capital alemã, num formato que pretendia evitar aglomerações de pessoas demasiado grandes, devido à pandemia de covid-19, mas refletir a diversidade da comunidade LGBTI.

Em Itália, milhares de celebrantes do Orgulho reuniram-se em Roma e em algumas cidades mais pequenas.

Com uma proposta de lei para combater os crimes de ódio contra pessoas LGBTI parada no Senado italiano há meses, o Vaticano e líderes políticos de direita têm feito 'lobby' para eliminar várias disposições previstas.

O presidente da Câmara de Milão, Giuseppe Sala, que participou na marcha daquela cidade, disse estar preocupado com o facto de aqueles que levantam objeções ao projeto de lei de combate à homofobia estarem a procurar discuti-lo apenas para o empatar e acabar por matá-lo.

Sala justificou a sua participação na marcha como um sinal em defesa da aprovação da lei e de apoio aos "justos direitos de toda esta maravilhosa comunidade".

A disposição geral entre dezenas de milhares de participantes no evento de Paris foi de celebração, depois de quase um ano e meio de restrições impostas pela pandemia em termos de encontros e de convívio.

Metade dos adultos franceses tomou já, pelo menos, uma dose da vacina contra a covid-19, o que terá levado muitos manifestantes a desfilarem sem máscaras faciais.

Muitos participantes em Paris manifestaram alarme sobre o retrocesso dos direitos na Hungria e na Polónia, dois países-membros da União Europeia liderados por governos de direita.

"Se os líderes europeus toleram isto, o que os impede de aceitar o mesmo nos próprios países?" disse Mornia Paumelle-Pichon, uma ilustradora de 26 anos de idade, citada pela agência Associated Press.

No ano passado, o presidente da Polónia declarou que o termo LGBTI não se referia a pessoas, mas a uma ideologia mais perigosa do que o comunismo, que durante várias décadas dominou aquele país do antigo bloco soviético.

Em Barcelona, a 45.ª edição da manifestação "Orgulho LGTBI" reivindicou uma lei 'trans' "mais ambiciosa" e denunciou o aumento de agressões homofóbicas.

Várias centenas de pessoas começaram a manifestação na praça Universitat, por volta das 18:30, que continuou ao longo da rua Pelai para terminar na praça de Sant Jaume, onde se encontra a sede da Generalitat e da Câmara Municipal.

Os manifestantes colocaram o acento nas pessoas 'trans', que consideram estar a sofrer de uma forma mais acentuada "insegurança e discriminação no emprego".

Daniel Lima Guerra disse, em nome do grupo Crida LGBTI, que a organização está a lutar por uma lei 'trans'.

"Queremos dar um alerta ao PSOE porque não concordamos com o que eles nos estão a oferecer", afirmou em declarações à comunicação social, citado pela agência Efe.

No final da marcha, foram lidos quatro manifestos, que chamaram a atenção para problemas que a comunidade LGBTI está a enfrentar, por exemplo, no domínio do trabalho e habitação, mas também racismo e feminismo, em resultado da abertura da participação na marcha a outras movimentos sociais.

Na Macedónia do Norte, centenas de pessoas marcharam na capital, Skopje, no que foi o segundo desfile do Orgulho Gay no país.

Os manifestantes exibiram uma grande bandeira arco-íris, aplaudiram e dançaram com música tocada a partir de um veículo com altifalantes.

No ano passado, o parlamento da Macedónia do Norte adotou uma lei antidiscriminação, vista como a pedra angular de uma luta de uma década pela sociedade civil para assegurar a proteção das comunidades mais vulneráveis e marginalizadas do país.