Coligação no poder na Polónia perde maioria no parlamento
A coligação de direita que governa a Polónia perdeu hoje a maioria na câmara baixa do parlamento com a saída de três deputados críticos das políticas do Governo, nomeadamente relativas à eliminação do uso de carvão.
A situação não deverá, no entanto, levar a uma queda do Governo do primeiro-ministro Mateusz Morawiecki -- constituído por uma coligação em que o partido Lei e Justiça é o parceiro mais forte -, já que o executivo ainda pode contar com o apoio de alguns pequenos partidos alinhados e da oposição em votações cruciais.
Segundo referiu uma porta-voz do Lei e Justiça, Anita Czerwinska, os chumbos recentes das moções da oposição contra membros do executivo mostram que o Governo tem apoio suficiente no parlamento.
"Não temos maioria formal, mas o que realmente importa é como os deputados votam" cada questão, disse Czerwinska.
A coligação liderada pelo partido Lei e Justiça, no poder desde 2015, detém agora 229 dos 460 assentos na câmara baixa do parlamento.
Os deputados que decidiram sair argumentaram estar frustrados com as decisões do Governo de eliminar o carvão, usado para produzir cerca de 65% da energia na Polónia, e com os planos para o desenvolvimento económico pós-pandemia do país.
Até recentemente, a coligação que está em rota de colisão com a União Europeia numa série de questões, desde o Estado de Direito até a agenda climática, conseguia passar todas as suas decisões no parlamento, mas essa união desintegrou-se recentemente graças a lutas pelo poder e aos desafios da UE.
As sondagens de opinião mostram que o Lei e Justiça ainda é o partido que recolhe mais apoio dos eleitores, principalmente devido aos bónus generosos que distribuiu às grandes famílias e reformados e ao seu apoio aos valores nacionais da nação predominantemente católica
Ainda assim, de acordo com as sondagens, se as eleições fossem antecipadas para agora, o partido não repetiria a maioria do parlamento.
Nas eleições de 2019, a coligação perdeu a maioria na câmara alta, o Senado, onde tem atualmente 49 do total de 100 assentos.