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Atacante de militares junto ao Louvre condenado a 30 anos de prisão

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Foto EPA/YOAN VALAT

Um cidadão egípcio de 33 anos que atacou a machete militares que patrulhavam o Carrousel du Louvre, a galeria comercial junto ao célebre museu francês, em 2017, foi ontem condenado a 30 anos de prisão, segundo fonte judicial.

A sentença proferida por um tribunal especial de Paris contra Abdalla El-Hamahmi foi decidida por maioria de dois terços, precisou o presidente do tribunal, Laurent Raviot, no final de um período de mais de sete horas de deliberação.

Também foi decidido o seu banimento definitivo de território francês, bem como o seu registo no ficheiro de autores de crimes terroristas.

Os cinco magistrados seguiram a pena proposta pela procuradoria nacional antiterrorista, que tinha pedido 30 anos de prisão.

Ao ouvir o veredito, que lhe foi traduzido em simultâneo em árabe por uma intérprete, Abdalla El-Hamahmi, com o rosto coberto pela máscara de proteção contra a covid-19, não exibiu qualquer reação.

Durante o julgamento, em que estava acusado de "tentativa de assassínio terrorista" e "associação criminosa terrorista", El-Hamahmi admitiu ter jurado lealdade ao grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) antes do ataque, embora reiterando não ter intenção de matar.

A 03 de fevereiro de 2017, o jovem executivo de uma empresa com sede no Dubai precipitou-se, armado de dois machetes e gritando "Allah Akbar!" ("Deus é Grande!"), sobre quatro militares em patrulha dentro do Carrousel du Louvre.

Feriu ligeiramente um deles, antes de ser gravemente ferido a tiro no abdómen por um dos elementos da patrulha.

O agressor explicou então que a sua ideia inicial era roubar obras do Louvre para alertar "o mundo ocidental" para o destino das crianças que morrem "a cada dia" na guerra da Síria.

Primeiro, afirmou ser um militante do grupo extremista Estado Islâmico (EI), mas depois recuou, afirmando ter agido sozinho e falando de um "projeto pessoal".

Interrogado sobre esta questão durante o julgamento, admitiu ter querido juntar-se -- em vão -- ao califado do EI na Síria e, não tendo conseguido fazê-lo, ter desejado "fazer qualquer coisa" em França, por causa da "política seguida na Síria" por Paris.

O jovem egípcio reconheceu ter jurado lealdade à organização 'jihadista' num vídeo, pouco antes de levar a cabo o ataque.

No entanto, o ataque nunca foi reivindicado pelo EI.

"Eu queria partir a estátua da Vénus de Milo" e destruir "duas pinturas de Leonardo da Vinci, bem como um quadro de um pintor muito conhecido de cujo nome me esqueci", garantiu em árabe, traduzido por uma intérprete, do banco dos arguidos, afirmando que os dois machetes eram apenas "defensivos" para poder abrir caminho até às obras de arte.

"Eu queria cometer um ato que tivesse um imenso impacto, ao destruir quadros tão célebres e tão valiosos, tão preciosos", explicou.

Mas o presidente do tribunal perguntou-lhe por que não deu meia-volta ao deparar com os militares.

"Naquele momento exato, eu já não tinha espaço para pensar, precisava de agir, tive a impressão de ser como um robot, teleguiado, andava sem pensar", respondeu o acusado.

Quanto ao grito "Allah Akbar!", várias vezes repetido durante o ataque, "não era uma declaração de guerra", assegurou.