Candidata da CDU a Santana diz que os munícipes "clamam por uma oposição forte"
A cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal de Santana, na Madeira, Elisa Mendonça, afirma que a sua candidatura não é um "mero formalismo para marcar presença", mas uma resposta aos munícipes que "clamam por uma oposição forte".
"Para a CDU, os órgãos do poder local são um meio para dar respostas aos problemas das populações", disse a candidata, na apresentação do seu projeto, reforçando: "Votar na CDU é ter plena confiança que os interesses da população serão ouvidos".
Elisa Mendonça nasceu na Venezuela há 34 anos e é assistente operacional numa escola no Funchal, mas os seus pais são originários de Santana, concelho localizado no norte da ilha da Madeira, onde também já viveu.
"Os munícipes de Santana clamam por uma oposição forte, enérgica e dinâmica", afirmou, indicando que a CDU pretende intervir em diversos setores, como a rede de água potável, os transportes públicos, a rede viária, a saúde e a cultura.
Elisa Mendonça, que é militante do PCP desde 2006, diz que o concelho de Santana é dos que mais fornece água a toda região, mas alerta que a concessão do setor à empresa pública ARM - Águas e Resíduos da Madeira fez "duplicar e até triplicar" a fatura cobrada ao consumidor.
"O PSD privatizou a água e o CDS continuou com o seu legado, numa postura obediente, passiva e de continuidade das políticas do PSD", declarou, referindo-se aos partidos que governaram o município nas últimas décadas.
O atual executivo de Santana é composto por cinco elementos, sendo quatro do CDS e um do PSD. Nas autárquicas de 2017, o CDS-PP consolidou a posição conquistada em 2013 e obteve 2.797 votos (60,46%), contra 1.038 votos (22,44%) do PSD.
"Outra questão preocupante é a situação dos transportes públicos", alertou a candidata da Coligação Democrática Unitária (PCP/PEV), indicando que o horário das carreiras é estipulado "à medida dos interesses do turismo" e a ligação ao Funchal e entre freguesias é "muito deficitária".
"Devido ao mau serviço de transportes públicos, os munícipes de Santana deslocam-se muitas vezes a pé, mas as passadeiras e os passeios são artefactos só encontrados nos centros das freguesias", criticou.
Elisa Mendonça quer, por outro lado, reativar o serviço de urgência no centro de saúde do concelho, considerando ser "um direito da população" e "uma urgente necessidade".
"Não se entende este desleixo em relação ao norte da ilha", afirmou, realçando que "os penteados oleados e os fatinhos impecáveis" dos autarcas que governam o município "não são suficientes para os interesses da população".
O concelho de Santana abrange uma superfície de 95,56 quilómetros quadrados, é composto por seis freguesias (Santana, São Jorge, Arco de São Jorge, Faial, São Roque do Faial e Ilha), nas quais residem 7.719 pessoas (Censos 2011).
Nestas eleições são também candidatos a Santana Dinarte Fernandes (CDS), João Paulo Jesus (PSD) e Tânia Freitas (PS).
As eleições autárquicas ainda não têm data marcada, mas por lei realizam-se em setembro ou outubro.