Dívida bruta da Região dispara 9,9% à conta de empréstimo obrigacionista
A dívida bruta da administração pública regional (APR) da Madeira aumentou 9,9% no final do 1.º trimestre de 2021 face ao mesmo período de 2020 à conta de um empréstimo obrigacionista de 458 milhões de euros contraído no final do ano passado, catapultando o montante acima dos 5 mil milhões de euros.
A confirmação destes dados é publicada hoje pela Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM), que salienta que a dívida bruta da APR "situava-se em 5.068 milhões de euros, tendo diminuído cerca de 41 milhões de euros (-0,8% ou 5.109 milhões de euros) face ao final do trimestre anterior", salienta "e aumentado aproximadamente 455 milhões de euros (+9,9%) comparativamente ao período homólogo" (4.613 milhões de euros), certifica.
E justifica este crescimento: "De referir que no 4.º trimestre de 2020, a Região contraiu um empréstimo obrigacionista de 458 milhões de euros, na sequência da autorização dada pelo Estado de contração de empréstimo destinado especificamente à cobertura de necessidades excepcionais de financiamento, decorrentes, directa ou indirectamente, da pandemia da doença COVID-19."
Por isso, "sem este empréstimo, o montante da dívida bruta rondaria os 4.610 milhões de euros", assegura. Um inversão de rumo que vinha sendo seguida há alguns anos pelo actual Governo, mas que a pandemia veio deitar por terra. Ainda assim, em apenas um trimestre já foi possível baixar a dívida que, no final do ano passado atingira o máximo histórico.
"Analisando a evolução da composição da dívida bruta por instrumento financeiro observa-se que o peso dos empréstimos diminuiu de 60,8% para 51,6% entre o 1.º trimestre de 2021 e o homólogo, sucedendo o inverso no que respeita à dívida titulada, cujo peso, no mesmo período, subiu de 39,2% para 48,4%", explica a DREM.
Também a "repartição da dívida por sector emitente mostra que o Governo Regional é responsável por 90,5% (88,4% no trimestre homólogo) do total da dívida e as Empresas Públicas classificadas no perímetro da APR por 9,5% (11,6% no 1.º trimestre de 2020)".
A autoridade estatística regional salienta ainda que no final dos primeiros três meses deste ano, "a dívida líquida de depósitos rondou os 4.498 milhões de euros, tendo diminuído cerca de 59 milhões de euros (-1,3%) face ao final do trimestre anterior, e aumentado 132 milhões de euros (+3,0%) comparativamente ao período homólogo".