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Não há conta que não faça conta

Em Medicina Desportiva, temos de actuar antes, ou então, de imediato!

Se dúvidas houvessem quanto ao preço a pagar pela nossa saúde, começa nesta altura a ficar muito bem demonstrado, aquilo que a humanidade despendeu, até agora, por causa de um mísero e inesperado vírus, descontrolado e selvagem. Certo é que chegou a todos, a real noção duma doença que conseguiu “pesar” imensamente, nos atingidos, nos seus familiares e nos amigos também. Esse efeito contagiante, nunca recentemente vivido ou observado “in loco”, demonstrou com um uma simplicidade extrema, quanto vale ter um corpo e uma mente sãs, disponíveis e activas. E serve como exemplo, experimentado e cultivado no nosso pequeno habitat regional, a dimensão gigante desta doença, dos seus efeitos imediatos, das repercussões, das certezas e de algumas realidades desconhecidas. Serviu também, para distinguir dois tipos de atitudes face ao comportamento sanitário ambiental da população perante a doença, relativamente ao maior e ao menor rigor nos gestos e atitudes preventivas, deveras importantes para impedir a difusão e propagação do vírus chinês. Apelidei-o de chinês porque veio da China, ... e como quem não deve não teme ... deverá ser iniciativa da China, exactamente esse país, a justificar de sua livre vontade, tudo o que aconteceu, como evoluiu até esta dimensão, para bem deles e para bem de toda a humanidade. Serviu ainda, para demonstrar a inequívoca competência dos serviços de saúde, regionais, nacionais, com algumas reticências relativamente aos responsáveis nacionais, que na minha opinião, baquearam, hesitaram, divulgaram incertezas, transmitindo insegurança e desconfiança em grande parte da população. Mesmo reconhecendo as incertezas da OMS, mesmo estando a lidar com uma doença desconhecida e mesmo vivendo neste clima de incertezas, temos de reconhecer que há que distinguir e elogiar os cumpridores e há que penalizar quem não cumpriu. Poucos saberão com toda a certeza, quanto custou ao erário público os inúmeros actos médicos e cirúrgicos, que foram e ainda são, durante largo tempo, facultados aos pacientes necessitados com toda a disponibilidade e sapiência e que temos a felicidade em usufruir deles, sem quaisquer despesas pessoais. - A saúde é de borla!!! ... dirão alguns! Mas tem um custo ... e esse custo deve ser divulgado, porque existem, como antes o afirmei, dois tipos de beneficiários: aqueles que se comportam ... tipo “ vive tu vida” ! ...sem regras, sem cuidados e sem prevenção, ... e os outros que cumprem, ... acabando todos, tratados em iguais circunstâncias como se fossem “aves da mesma plumagem”! O exemplo das vacinas serve cada vez mais para distinguir, aqueles que não acreditam e se justificam com parcos e voláteis motivos, daqueles que as fazem, com todo o rigor e coerência, numa atitude preventiva assumida. A saúde é um bem precioso, cuja qualidade depende dos genes, do percurso de vida, da alimentação, da prevenção, do exercício físico activo e só depois depende das surpresas da mãe natureza. Serve muito á medida, atravessar por este estado patológico universal, para perceber que temos de reequilibrar e redefinir as disfunções sanitárias do planeta, as suas carências, porque as emigrações, agora sob a forma de multidões de migrantes refugiados, oriundos de países subdesenvolvidos, vêm de certo modo desestabilizar os países que os recebem, quando não estão preparadas ou previstas as condições ideais para essa recepção. Há então que criar condições de sanidade, de educação, de eficiência, de progressão e desenvolvimento, nos países onde elas não existem, ou seja, ajudar e trabalhar nos locais onde se encontram estas deficiências. Novamente o exemplo de Moçambique, ... uma terra rica, com um território imensamente grande, uma paisagem belíssima, com uma população pobre, subdesenvolvida, vulnerável e indefesa, onde ocorreu um caso de invasão e extorsão, destruição selvagem dos habitantes e dos seus haveres, por grupos necessariamente apoiados por países “abutres” que mais tarde irão ocupar esse espaço que antes foi planeadamente destruído. Como em tudo na vida a prevenção é sempre mais barata que a cura e as contas têm de ser feitas. Esta catástrofe sanitário-sócio-económica deve servir para que os países mais capazes, decidam ajudar os menos capazes a refazer e desenvolver as suas potencialidades, para atingirem uma sustentabilidade verdadeira e independente e assim com capacidade de reconstruírem o seu rumo.

Não há conta que não faça conta! Se não os ajudarmos, eles acabarão por ter de invadir a nossa casa.

P.S. O que aconteceu ao atleta de alto rendimento Christian Eriksen, prova que, a electricidade no coração pode desencadear graves surpresas. Que o DAE pode salvar! Em Medicina Desportiva, temos de actuar antes, ou então, de imediato!